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POLÍTICA

MP é acionado após denúncia de supostas contratações irregulares de fisioterapeutas pela SESACRE

MP é acionado após denúncia de supostas contratações irregulares de fisioterapeutas pela SESACRE

Uma denúncia protocolada junto ao Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) aponta supostas irregularidades na contratação de fisioterapeutas pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (SESACRE). Segundo o documento, profissionais não aprovados em processo seletivo estariam atuando em unidades públicas de saúde de Rio Branco, em detrimento dos candidatos classificados.

As irregularidades envolveriam o Pronto-Socorro, Hospital da Criança, Fundhacre, Centro de Reabilitação e o Instituto de Traumatologia do Acre (INTO), onde teriam sido firmados vínculos temporários e contratações por indicação política, em desrespeito à ordem de classificação do Processo Seletivo Simplificado nº 01/2024.

De acordo com a denúncia, o certame aprovou 196 candidatos para o cargo de fisioterapeuta na capital. Inicialmente, foram convocados os 10 primeiros colocados. Posteriormente, em 13 de março de 2025, mais 21 profissionais foram chamados, totalizando 31 convocações oficiais. No entanto, a denúncia afirma que diversos profissionais que não figuram na lista de aprovados ou no cadastro de reserva continuam atuando nas unidades de saúde.

Preterição e descumprimento da legalidade

Os denunciantes classificam a prática como um caso claro de preterição arbitrária, proibida pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que garante o direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados durante a vigência do certame.

Consta na denúncia uma lista com 10 nomes de profissionais supostamente contratados de forma irregular, com vínculos temporários registrados no Portal da Transparência:
• Carlene Alves de Castro Morais
• Daniela Salomão Montilha
• Gercilene Pimentel de Souza
• João Paulo Lima de Moura
• Karla Iucara de Oliveira Obinski Lemos Araújo
• Lauanny Bezerra Dias
• Railton Gomes de Lima
• Richelly de Souza
• Rozinete de Oliveira Braga Locatelli
• Vilmar Canigia da Rocha Bandeira

Pedidos ao MPAC

O grupo requer que o Ministério Público abra investigação imediata para apurar as contratações e determine que a SESACRE convoque os candidatos devidamente aprovados, respeitando os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade e moralidade administrativa. Também solicitam providências para garantir a defesa do patrimônio público e a proteção dos direitos dos candidatos preteridos.

Jornada exaustiva e favorecimento

A denúncia ainda traz um relato alarmante sobre uma profissional fisioterapeuta que estaria realizando plantões ininterruptos, diurnos e noturnos, por até 96 horas consecutivas, permanecendo quatro dias seguidos dentro da unidade de saúde, sem qualquer tempo de descanso. A situação teria o aval dos gestores do setor onde ela atua.

A profissional em questão seria casada com o gerente administrativo do Pronto-Socorro, o que, segundo os denunciantes, explicaria os plantões extras e a sobrecarga de trabalho em desconformidade com as normas legais.

Essa situação, além de comprometer a saúde física e mental da profissional, coloca em risco a qualidade e a segurança do atendimento prestado aos pacientes.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) determina um intervalo mínimo de 11 horas entre jornadas (Art. 66) e limite de 44 horas semanais (Art. 58 e 59), salvo em situações excepcionais mediante acordo coletivo. O Código de Ética da Fisioterapia também estabelece que o profissional deve preservar condições adequadas para garantir um serviço seguro e responsável.

Apelo por fiscalização

Diante das graves acusações, os autores da denúncia pedem que os órgãos de controle, como o MPAC e o Tribunal de Contas do Estado, atuem com rigor para apurar os fatos, coibir abusos e garantir respeito à legislação trabalhista, à ética profissional e à transparência na administração pública.

O portal Notícias da Hora procurou a assessoria de comunicação da Sesacre desde as primeiras horas de quarta-feira (30), mas até o fechamento da matéria não obtivemos respostas. O espaço está aberto caso queiram se manifestar.

LEIA A ÍNTEGRA DA DENÚNCIA