O vereador Eber Machado (MDB), saiu em defesa de seu colega de partido, Neném Almeida, na sessão desta quarta-feira, 12, na Câmara de Rio Branco. O pronunciamento veio após a rejeição, por ampla maioria, do pedido de auditoria técnica feito por Almeida para apurar as condições da ponte sobre o Igarapé Judia, situada na Rua Francisco Sales, no bairro Belo Jardim, Segundo Distrito da Capital.
O requerimento apresentado por Neném pedia que a Universidade Federal do Acre (Ufac), por meio do curso de Engenharia Civil, realizasse uma vistoria técnica na obra. A justificativa era apurar se a construção, orçada em quase R$ 9 milhões, seguiu todas as normas técnicas e legais. A ponte, que já passou por duas intervenções da prefeitura, apresenta sinais de comprometimento estrutural.
Os vereadores da base do prefeito Tião Bocalom votaram contra o pedido.
Indignado, Eber Machado fez duras críticas à gestão municipal e aos órgãos fiscalizadores, questionando a falta de transparência e cobrando providências.
“Assim como o vereador Neném Almeida, eu também pedi ao CREA que fizesse uma vistoria. Fiz denúncia ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas. A obra foi feita por uma empresa de fora do Acre. Quase nove milhões de reais. Cadê as garantias dessa obra? E ninguém faz nada. A prefeitura já interveio duas vezes e nada resolveu. Tudo desmoronou de novo”, disparou.
O emedebista também levantou suspeitas sobre o temor da base aliada em autorizar investigações como as CPIs da Saúde, do Transporte Público e do Asfalto. “Se a gestão fosse realmente honesta, como o prefeito diz, ele autorizaria na hora. Mas infelizmente, não é isso que vemos. A população continua sofrendo. Isso é inaceitável.”
O parlamentar também trouxe à tona denúncias antigas sobre o não encaminhamento de doações arrecadadas pela Defesa Civil e pelo Ministério Público à população atingida pelas enchentes, como colchões e kits de assistência social. “Até caixa d’água foi entregue ao Quarto Batalhão do Exército, enquanto nossas comunidades estão sem nada. Isso é um escárnio com o povo trabalhador de Rio Branco”, criticou.
Eber encerrou sua fala pedindo ação do Ministério Público e denunciando o que chamou de “descaso institucionalizado”. “Não é o vereador Eber que está falando, é a voz do povo. Até quando vamos aceitar essa maldade com a nossa população?” Indagou.