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POLÍTICA

Uma reflexão para a COP-30, livro de escritor acreano que denuncia massacre contra povos originários volta às livrarias repaginado

Uma reflexão para a COP-30, livro de escritor acreano que denuncia massacre contra povos originários volta às livrarias repaginado

Publicado originalmente nos anos 1970, em plena ditadura militar, e considerado uma relíquia do jornalismo de denúncia, “Nossos índios, nossos mortos” volta às prateleiras quase cinco décadas depois, em edição da Letra Capital. Escrita pelo jornalista e documentarista acreano Edilson Martins, a obra se tornou pioneira ao denunciar massacres, epidemias e remoções forçadas de povos originários, expondo ao grande público a devastação da Amazônia e a violência contra os indígenas.

Sucesso editorial — com mais de 350 mil exemplares vendidos em sua primeira edição — o livro retorna atualizado com prefácio inédito e uma crônica de 2025 sobre Marina Silva. No texto, o autor recorda uma viagem de carro na companhia da então senadora pelo interior do Acre em 2002, às vésperas da eleição presidencial que elegeu Lula presidente pela primeira vez.

Marina Silva buscava a reeleição como senadora pelo Acre, mas enfrentava forte oposição da UDR (União Democrática Ruralista), embrião da atual bancada ruralista e comandada por Ronaldo Caiado. Ao chegarem no Seringal Bagaço, onde as irmãs de Marina viviam numa “colocação” (palafita de seringueiro no meio da selva), a então senadora foi surpreendida com uma ligação de Lula, que já confiante no resultado, a convidou para assumir o Ministério do Meio Ambiente, caso eleito. “O mundo a reconheceria mais tarde como ícone da questão ambiental”, reflete Edilson.

Ao longo de 286 páginas e 44 fotografias, o livro se estrutura em nove capítulos nos quais Edilson apresenta uma radiografia da realidade dos povos originários brasileiros. À época de seu lançamento, recebeu elogios de nomes centrais da cultura brasileira: Darcy Ribeiro o definiu como “livro-advertência”, enquanto o sertanista Cláudio Villas-Bôas destacou seu valor documental. Ignácio de Loyola Brandão o chamou de “violento e emocionante” e o sertanista Apoena Meirelles alertou: “inúmeros já sucumbiram, e com eles imensas riquezas culturais”. A obra mantém ainda os textos originais de Antônio Callado e Apoena Meirelles.