A precariedade do transporte público em Rio Branco voltou a ser pauta na Câmara Municipal. Na sessão marcada nesta terça-feira, 13, o superintendente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), Clendes Vilas Boas, foi questionado sobre as condições dos ônibus que circulam na Capital, alguns deles com problemas mecânicos e elétricos graves, incluindo veículos que pegaram fogo.
O tema foi levantado pelo vereador Eber Machado (MDB), que exibiu vídeos mostrando coletivos quebrados e com princípio de incêndio. A resposta do superintendente surpreendeu pela informalidade: “Tamo junto”, disse Clendes ao vereador, antes de iniciar um discurso repleto de improvisos, referências religiosas e comparações inusitadas.
Apesar de reconhecer que o sistema de transporte público está longe do ideal, o superintendente tentou justificar a situação atual com uma retrospectiva. "Não estamos aqui para olhar no retrovisor, não, para dizer que a empresa está boa. Jamais! [...] Não está [boa]. Mas é o que nós temos", declarou, admitindo os problemas enfrentados.
Clendes citou gestões anteriores, alegando que as empresas que atuavam anteriormente também deixavam a desejar. Segundo ele, muitas sequer tinham ônibus registrados em nome próprio. "Era como um câncer. Não se cura o câncer com uma cirurgia de uma vez só, é preciso tratamento", disse, numa tentativa de ilustrar que a recuperação do sistema exige tempo e ações graduais.
O requerimento para a ida de Clendes à Câmara foi feito pelo vereador Bruno Moraes, que justificou a necessidade de esclarecimentos diante das constantes reclamações da população. A fala do superintendente, no entanto, dividiu opiniões. Enquanto alguns vereadores consideraram importante a disposição em dialogar, outros viram nas palavras uma tentativa de amenizar uma realidade caótica.
Eber Machado não escondeu a frustração. “Não dá para dizer que ‘tamo junto’ quando o povo está andando em ônibus que pegam fogo. Isso é falta de respeito com o usuário”, afirmou. O parlamentar ainda fez uma “dancinha” ao mostrar vídeos de ônibus quebrados.