Após passar mais de 20 dias detido no Acre, o ex-prefeito de Cobija, Capital do departamento de Pando, na Bolívia, Luis Gatty Ribeiro Roca, teve sua soltura determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira, 30. A decisão foi da ministra Cármen Lúcia, relatora do caso, que reconheceu a dupla nacionalidade do político — boliviana e brasileira — e, com isso, extinguiu o processo de prisão preventiva para fins de extradição.
De acordo com a defesa, Gatty Ribeiro não poderia ser extraditado por ser também cidadão brasileiro, o que foi comprovado com a apresentação de documentos oficiais. A ministra acatou o argumento e determinou a revogação imediata da prisão, declarando a perda de objeto do processo.
Entenda o caso
Luis Gatty Ribeiro foi preso no dia 11 de abril pela Polícia Federal em Epitaciolândia, cidade acreana que faz fronteira com a Bolívia. A prisão foi realizada de forma discreta e chamou atenção por envolver um nome conhecido na política boliviana.
Desde 2021, Gatty enfrenta uma série de acusações e episódios controversos em seu país, incluindo investigações por supostos desvios de verbas públicas durante sua gestão como prefeito de Cobija.
No mesmo ano, após mudar de partido político, o ex-prefeito passou a ser alvo de perseguições: sua casa foi alvejada por tiros e ele chegou a ser agredido em público, em circunstâncias supostamente motivadas por questões políticas.
Após deixar o cargo, mudou-se para o lado brasileiro da fronteira e passou a viver de forma discreta em Epitaciolândia, utilizando-se da sua condição de cidadão brasileiro. Apesar disso, seguia monitorado por autoridades, devido às acusações pendentes na Bolívia.
Além da trajetória política, Gatty Ribeiro é lembrado no país vizinho por sua carreira como jogador da seleção boliviana de futebol.