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POLÍTICA

Sindicalista diz que agentes de segurança não reivindicam aumento, mas recomposição salarial e que não fere a LRF como argumenta o governo

Sindicalista diz que agentes de segurança não reivindicam aumento, mas recomposição salarial e que não fere a LRF como argumenta o governo

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Acre (Sinpol-AC), Rafael Diniz, foi o entrevistado do podcast Conversa Franca, onde analisou a atual crise na segurança pública, defendeu a mobilização das forças policiais e rebateu as declarações recentes do secretário de Estado Luiz Calixto sobre as dificuldades do governo em atender às reivindicações salariais da categoria.

Durante a entrevista, Diniz criticou a postura adotada pelo governo nas mesas de negociação. “Na prática, não há uma negociação, e sim uma argumentação repetitiva baseada sempre na Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse é o único alicerce utilizado pelo governo para não avançar nas pautas da segurança pública”, afirmou o sindicalista.

A fala de Diniz foi uma resposta direta às declarações de Luiz Calixto, que justificou as limitações do Executivo com base em restrições legais. Segundo o secretário:

“Nós encaramos esses movimentos como legítimos. Todos estão defendendo os interesses de suas categorias. Do lado do governo, precisamos agir com responsabilidade, transparência e integridade, pois temos compromisso com as finanças públicas. Hoje, estamos impedidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal de fazer modificações em cargos, salários e remuneração. Não podemos cair em discursos fáceis ou ilusões. Quando a legislação permitir, reabriremos o diálogo com todas as categorias, porque todas possuem demandas justas. O compromisso maior do governador Gladson Cameli é manter o pagamento dos servidores em dia. Já vimos os efeitos do atraso e não correremos esse risco. Vamos enfrentar as demandas com transparência, sem maquiar dados, com responsabilidade.”

Rafael Diniz, no entanto, contestou o argumento utilizado por Calixto e classificou a fala como “tendenciosa e falaciosa”. Para ele, a recomposição salarial é um direito dos servidores e não pode ser tratada como um privilégio. “A recomposição não é aumento. É uma correção de perdas salariais que se acumularam ao longo dos anos. Não fere a LRF e deveria ser prioridade em qualquer gestão que respeita seus trabalhadores”, defendeu.

Diniz também valorizou a repercussão positiva do ato público realizado recentemente pelas forças de segurança em frente à Casa Civil, e agradeceu o apoio da imprensa. “Foi uma das primeiras vezes que conseguimos furar a bolha. A população entendeu o que estamos reivindicando. Essa união das categorias mostra que a pauta é legítima e urgente.”

Durante o podcast, ele ainda destacou as dificuldades enfrentadas pelos policiais civis no exercício da profissão, com sobrecarga de trabalho, falta de estrutura e salários defasados. “Queremos ser ouvidos de verdade. O servidor não pode continuar sendo tratado como o problema, quando na verdade é parte essencial da solução.”

O episódio completo com Rafael Diniz está disponível nas plataformas do podcast Conversa Franca.