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POLÍTICA

Senador Sérgio Petecão projeta força para as próximas eleições com apoio de prefeitos

Senador Sérgio Petecão projeta força para as próximas eleições com apoio de prefeitos

Em entrevista exclusiva ao site Notícias da Hora, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) detalhou a base de sua atuação política, que ele considera estar no seu melhor momento, projetando força para a disputa eleitoral do ano que vem. O parlamentar atribui sua capacidade de articulação à experiência adquirida em seus mandatos como deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Acre, além de um mandato da Câmara Federal, fundamentais para sua atuação no Senado. Petecão enfatiza que sua prioridade é a liberação de recursos para os municípios, uma prática que exige uma relação sólida com parlamentares de todas as tendências ideológicas. "Minha relação com os prefeitos é excelente, construída ao longo dos meus mandatos. Nunca tive uma relação tão forte como a que tenho hoje", afirmou.

Segundo Petecão a arte da negociação foi crucial em sua trajetória, como ficou evidente na eleição de 2018, quando executou uma estratégia de bastidores para angariar o segundo voto de eleitores de outros candidatos, resultando na maior votação da história para um senador acreano. Esse trânsito amplo continua sendo sua marca. Sobre o alinhamento com o governo Lula, o senador defende a posição como estratégica para viabilizar recursos, citando valores como R$ 50 milhões para a Universidade Federal do Acre e R$ 80 milhões para a saúde. "Minha decisão de apoiar o governo federal tem o objetivo de facilitar a captação de recursos para o estado, o que tem dado resultados concretos", justificou.

Com o foco na reeleição, Petecão demonstra confiança ao afirmar que conta com o apoio da maioria dos prefeitos. "Dos 22 prefeitos, mais de 15 estão nos apoiando", revelou, destacando que sua força está consolidada no interior. Sobre as pesquisas que o mostram em desvantagem, o senador relativiza, afirmando que está "quase um ano" da eleição e que sua "pesquisa" é feita no dia a dia, conversando com as lideranças. Ele finaliza reafirmando seu momento político positivo: "Posso afirmar que estou vivendo o meu melhor momento na política. Quanto aos resultados, isso cabe ao povo do Acre decidir".

Confira a entrevista:

Notícias da Hora: Senador Sérgio Petecão, o senhor construiu sua base política com três mandatos como deputado estadual, incluindo dois na presidência da Assembleia Legislativa. Como essa experiência no poder local e sua habilidade de negociação, que depois se repetiria em nível nacional, moldaram sua atuação no Senado, especialmente na liberação de recursos para os municípios acreanos?
 
Senador Sérgio Petecão: Meus mandatos como deputado estadual certamente me ajudaram muito. O período em que fui presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), assim como os dois mandatos que exerci, foi de fundamental importância para adquirir experiência no exercício do poder. Quando cheguei ao Senado, atuando inicialmente como primeiro-secretário, já contava com essa bagagem adquirida na Assembleia, o que me auxiliou bastante.

Hoje, a relação que mantenho com todos os parlamentares, independentemente das tendências ideológicas, é muito sólida. Como representante do Acre, minha prioridade não pode ser a ideologia política; deve ser a vida do meu povo. É impossível levar benefícios a qualquer município ou cidadão sem articulação eficiente na liberação de recursos. A população que vive nos ramais ou à beira do rio não se preocupa com ideologia, quer ver os benefícios chegando às suas comunidades. Graças a Deus, minha relação com os prefeitos é excelente, construída ao longo dos meus mandatos. Nunca tive uma relação tão forte como a que tenho hoje. Entendo que os municípios precisam ter infraestrutura mínima para que as pessoas possam viver com dignidade.

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Notícias da Hora: Em 2007, o Sr. deixou a Frente Popular do Acre, rompendo com o comando do PT e levando o antigo PMN seu antigo partido para a oposição. Esse movimento foi crucial para que o senhor se elegesse senador pela oposição. Olhando para trás, qual foi o impacto de longo prazo dessa decisão em sua carreira e na construção de sua imagem como um político dinâmico que se tornou líder da oposição no Acre na época?

Senador Sérgio Petecão: Primeiramente, nunca me considerei líder da oposição no Acre. Sempre houve opositores mais ferrenhos do que eu. Tive divergências com alguns membros da Frente Popular, que não era composta apenas pelo PT, mas por 13 partidos.

Essas divergências ocorreram, por exemplo, na época do governador Tião Viana, mas sempre mantive uma relação próxima e cordial com os integrantes da Frente Popular, relação que permanece até hoje.

Como disse anteriormente, não faço política pensando apenas na ideologia. Conheço bem os grandes líderes que se dizem de direita ou oposição, pois já fui vice-líder do presidente Bolsonaro aqui no Senado. Hoje, consigo me relacionar com membros da Frente Popular, com algumas divergências pontuais, assim como mantenho boas relações com alguns líderes de direita. Tenho procurado, ao longo do mandato, estreitar minhas relações e ampliar meu círculo de amizade. Sinto que nunca estive em um momento político tão positivo como agora.

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Notícias da Hora: Em 2018, enquanto apoiava oficialmente Gladson Cameli para governo e Márcio Bittar para o Senado, o Senhor executou uma estratégia de bastidores única: conversou com as campanhas de todos os outros candidatos ao Senado e pediu o segundo voto para si. Isso lhe deu uma vantagem colossal, resultando na maior votação da história para um senador acreano. Como foi possível costurar esse acordo com os adversários diretos e o que isso revela sobre a sua arte de negociar?

Senador Sérgio Petecão: Em 2018, tivemos uma eleição diferenciada. Toquei minha campanha de forma independente, apoiando Gladson Cameli. O apoio a Márcio Bittar aconteceu praticamente na reta final, a pedido do governador, e contribuí para a vitória dele. A articulação política que faço não é fruto de vaidade; é a mesma que já pratiquei como deputado estadual, mas hoje com muito mais força.

Tenho visitado o interior, fortalecendo nossa base no Juruá. Dos 22 prefeitos, mais de 15 estão nos apoiando. Hoje considero estar vivendo o melhor momento da minha trajetória política. Quanto às pesquisas, não tenho dinheiro para bancá-las; minha "pesquisa" é feita no dia a dia, conversando com prefeitos e lideranças municipais. Perder uma eleição faz parte da política, e isso não desmerece nosso trabalho nem as vitórias anteriores. Minha estratégia é consolidar a base do interior e, em seguida, levar toda força da campanha para a capital, onde conheço muito bem o eleitorado.

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Notícias da Hora: Em um estado onde pesquisas indicam uma forte inclinação do eleitorado para a direita, analistas apontam que seu alinhamento como base do governo Lula tem impactado negativamente sua popularidade. O senhor acredita que pautas importantes para o Acre foram deixadas de lado para evitar confrontos com o Planalto, e se esse posicionamento é a causa principal da sua queda nas pesquisas?
 
Senador Sérgio Petecão: As pesquisas indicam uma inclinação do eleitorado para a direita, mas eu continuo focado em conversar com todos os setores, seja de direita, seja de esquerda. Minha decisão de apoiar o governo federal tem o objetivo de facilitar a captação de recursos para o estado, o que tem dado resultados concretos. Por exemplo, só este ano conseguimos mais de R$ 50 milhões para a Universidade Federal do Acre e outros R$ 80 milhões para a área da saúde. Isso se repete com muitas emendas para várias áreas que vão de infraestrutura à educação em todos os municípios. Minha relação com o governo federal é estratégica, voltada para viabilizar recursos para o Acre. Como o meu partido o PSD faz parte da base do governo no Senado, sigo as decisões do partido, o que tem ajudado muito o estado e os municípios. Estou muito satisfeito com esses resultados.
 
Notícias da Hora: Após a eleição do prefeito Tião Bocalom em 2020 com seu apoio total, o senhor sofreu uma forte derrota para o governo do estado em 2022 e, posteriormente rompeu com o prefeito de Rio Branco Tião Bocalom. Como o senhor analisa esse período de adversidade com os antigos aliados, e o que aprendeu com o rompimento dessa aliança que parecia tão promissora?
 
Senador Sérgio Petecão: A derrota de Marcos Alexandre na  última eleição para prefeito da capital não foi uma derrota minha pessoal, mas de um grupo de pessoas que buscava mudança, do MDB e de lideranças políticas que queriam um novo caminho. Entendi que o atual prefeito Tião Bocalom não compartilhava da política que defendo para minha cidade. Então, optei por apoiar uma nova candidatura, mesmo sabendo dos riscos, porque não me apego ao poder e não compactuo com humilhações ou erros. Infelizmente, a eleição não teve sucesso, mas considero ter tomado a decisão correta. Hoje, o desgaste do prefeito da capital mostra que a escolha de buscar mudança foi acertada.

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Notícias da Hora: Como o senhor avalia a força atual do PSD no Acre? O partido finalmente conseguirá montar uma chapa forte para eleger um deputado federal, ou corre o risco de mais uma vez ficar sem representação na Câmara dos Deputados, especialmente após as recentes turbulências internas?

Senador Sérgio Petecão: A força do PSD no Acre depende da capacidade do partido de formar uma chapa competitiva para deputado federal, o que sempre é um desafio, não apenas para nós, mas para qualquer partido fora do poder. Com o apoio do presidente nacional Gilberto Kassab, estamos trabalhando para criar as melhores condições e formar uma chapa sólida, com possibilidade de eleger um ou dois representantes na Câmara Federal.
O PSD no Acre mantém uma relação de paz e cooperação interna, e estamos focados na construção de uma candidatura forte.

Notícias da Hora: O senhor já declarou publicamente sentir-se traído pelos deputados Pablo Bregencio e Eduardo Ribeiro, que não seguiram as orientações do partido. Como o PSD pretende lidar com a falta de disciplina partidária e reestabelecer uma linha política coesa no estado, um desafio que parece contraditório diante da sua própria e bem-sucedida estratégia política?

Senador Sérgio Petecão: Quanto à decisão de alguns deputados de deixar o partido, não considero que houve traição. Eles optaram por buscar outro caminho, e, embora nenhum partido aceite isso de forma natural, respeito a decisão deles. Faz parte da política. Essa situação nos ensinou a importância de buscar pessoas alinhadas à sigla e ao programa do partido, fortalecendo a disciplina interna e garantindo que os parlamentares eleitos continuem comprometidos com as ideias e princípios do PSD.

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Notícias da Hora: Pensando na sucessão estadual, quem o senador considera o melhor candidato para governador: Mailza Assis ou Alan Rick? Qual deles tem o perfil para conquistar o apoio do PSD e, ao mesmo tempo, viabilizar que o partido ocupe novamente um espaço de destaque no cenário político acreano, possivelmente replicando a sua capacidade de dialogar com diversos setores?

Senador Sérgio Petecão: Sobre a sucessão estadual, atualmente estão colocados os nomes da vice-governadora Mailza Assis, por quem tenho grande apreço, e do senador Alan Rick. Estamos conversando dentro do PSD para buscar uma decisão por unanimidade, sem dividir o partido. Tenho rodado o estado todo, ouvindo lideranças municipais e partidárias.

Nosso objetivo é apoiar um candidato comprometido com o partido. Sabemos que ainda surgirão outras candidaturas, mas o PSD não fica em cima do muro. No momento certo, tomaremos uma decisão e espero que possamos escolher o melhor candidato para o nosso Estado.
 
Notícias da Hora: O senhor será candidato a reeleição mesmo estando em último lugar em todas as pesquisas realizadas ultimamente? Qual o seu diferencial entre os pré-candidatos senador Márcio Bittar, Mara Rocha, Jéssica Sales, governador Gladson Cameli e Eduardo Velloso para que você continue representando o Acre no Senado?

Senador Sérgio Petecão: Olha, estamos a quase um ano da eleição. É impossível, nesse momento, que qualquer cientista político ou instituto de pesquisa afirme quem será governador ou senador. Claro que as pesquisas são importantes, mas eu posso dizer que nunca tive uma estrutura tão grande como a que possuo hoje, nem acordos tão consolidados nos municípios.

Confesso que me sinto em uma posição privilegiada. Os resultados das eleições só saberemos mais à frente. Quanto às pesquisas, também temos nossos levantamentos internos, e os números são bastante satisfatórios, como poderíamos esperar.

É importante destacar que estamos a quase um ano da eleição, e nenhum dos nomes citados por você hoje possui a estrutura que o PSD tem em todo o Estado. Nenhum deles conseguiria conduzir a política que realizamos nos 22 municípios.

Posso afirmar que estou vivendo o meu melhor momento na política. Quanto aos resultados, isso cabe ao povo do Acre decidir, mas mantenho uma expectativa muito positiva e, se Deus quiser, tudo dará certo.