“Tenho o maior respeito pela Marina, por sua história”, mas vitimismo não defende o desenvolvimento ambiental da nossa região” diz Samir Bestene
O vereador Samir Bestene (PP) utilizou a tribuna da Câmara na sessão desta quarta-feira, 28, para comentar a recente repercussão nacional do embate envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante sua participação na Comissão de Infraestrutura do Senado. Em tom firme, Bestene defendeu a importância do desenvolvimento para a região Norte e criticou o que classificou como "vitimismo" por parte da ministra diante das críticas recebidas.
“Tenho o maior respeito pela Marina Silva, pela sua história política. Veio de Xapuri, tem uma caminhada, mas vitimismo não defende o desenvolvimento ambiental da nossa região”, afirmou o vereador.
O progressista destacou que o Norte do Brasil abriga a maior reserva ambiental do planeta, mas sofre com a falta de infraestrutura básica, como estradas e saneamento. Ele questionou o impacto dessas limitações no futuro dos jovens formandos do Acre. “Todos os anos, formamos entre 1.500 e 2.000 alunos, que acabam indo embora por falta de oportunidade. Como o Estado vai crescer sem poder produzir, sem estradas?”, questionou.
O vereador também criticou diretamente declarações recentes da ministra, como a que teria classificado a estrada Transacreana como “via de passeio”. “Nós temos seres humanos aqui. A região Norte não é só árvore e biodiversidade. Aqui moram 20 milhões de brasileiros. É muito fácil falar de ambientalismo da Avenida Paulista ou da Praia do Futuro. Quero ver falar de desenvolvimento em Xapuri, onde buracos de 100 anos seguem abertos”, declarou, referindo-se à cidade natal de Marina Silva.
Bestene ressaltou ainda que a gestão do governador Gladson Cameli tem conseguido avanços importantes no setor produtivo, com destaque para o aumento da produção de soja e a redução do desemprego. Segundo ele, é possível crescer respeitando o meio ambiente, mas sem abrir mão da geração de renda e do progresso.
“Vamos parar com discursos hipócritas. Crescer com responsabilidade ambiental é possível, mas não podemos aceitar que a região Norte continue parada no tempo”, afirmou.
O parlamentar lembrou que, apesar da atuação da ministra, o país enfrentou em 2023 uma das maiores temporadas de queimadas da história, afetando diretamente os Estados da Amazônia e o Pantanal. “Não foi a Europa que queimou, foi aqui. Esses são os questionamentos que precisamos trazer à tribuna. O que queremos é um Acre desenvolvido e uma cidade que avance junto com o resto do país”, concluiu.