"Quero ver o sol, quero ver a luz", disse o haitiano Jacquenue Bosquet, de 36 anos, assim que recebeu a cadeira de rodas da direção da Fundação Hospital do Acre na tarde desta quarta-feira (15) no abrigo da prefeitura de Rio Branco, no conjunto Tucumã, onde ele está há mais de um mês.
A doação foi feita depois de matéria veiculada no Notícias da Hora na segunda-feira (13). Sensibilizado com a situação de vida de Jacquenue, o superintendente da Fundhacre, João Paulo Silva, logo providenciou uma cadeira de rodas ao imigrante.
"Fiquei extremamente tocado com a história de vida e a situação de desse paciente. Foi muito emocionante", conta superintendente da Fundhacre.
A coordenadora do Departamento de Proteção e Defesa dos Direitos Humanos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos e Política Para as Mulheres, Maria da Luz, que acompanha o drama de Jacquenue, afirmou que a cadeira de rodas vai permitir melhor qualidade de vida ao imigrante e o direito de ir e vir.
"Foi muito emocionante. Ele estava praticamente há dois meses em cima de uma cama, e agora com a cadeira é uma qualidade de vida para ele."
O imigrante perdeu o movimento das pernas após ser obrigado por policiais peruanos a se jogar da Ponte da Integração na fronteira do Acre com o Peru, em julho passado.
Trazido para Rio Branco paraplégico em ambulância do Samu, ele ficou internado primeiro no Pronto-socorro. Depois foi transferido no dia 1º de agosto para a Fundação Hospital do Acre, onde foi submetido a uma cirurgia. O procedimento médico, na vértebra lombar, vai permitir que Jacquenue volte a sentar, mas jamais andar. Na unidade, ele permaneceu por 16 dias e em seguida foi levado ao abrigo para imigrantes.