A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), promoveu na manhã desta quinta-feira, 10, uma escuta qualificada com representantes da sociedade civil, entidades assistenciais e pessoas em situação de rua. O encontro integra o processo de construção do primeiro Plano Municipal para pessoas em situação de rua da Capital.
Durante a reunião, o secretário de Assistência Social, João Marcos Luz, destacou a importância de ouvir diretamente a população em situação de rua, como forma de garantir um plano mais realista, participativo e eficaz.
“Rio Branco ainda não tinha um plano voltado a essa população. Agora estamos construindo esse diagnóstico com todos os setores da prefeitura, por determinação do prefeito Tião Bocalom. Nosso objetivo é tirar as pessoas das ruas, com dignidade e estrutural, afirmou.
Luz ressaltou que a mudança de local do Centro POP foi apenas uma das medidas adotadas recentemente, mas que outras ações já estão em andamento, como a ampliação do atendimento com o Consultório na Rua e maior articulação com o CAPS. Ele também anunciou a criação do Comitê Municipal da População em Situação de Rua, que deve se reunir nas próximas semanas para deliberar sobre o plano.
A reunião também abordou a urgência de ações integradas que envolvam não apenas a assistência social, mas também a saúde, segurança pública e órgãos de justiça. A fala do secretário refletiu sobre um caso recente de agressão a uma pessoa em situação de rua no centro da cidade, o que reforça a necessidade do plano como instrumento de prevenção e garantia de direitos.
“Nós não apoiamos nenhum tipo de violência, nem por parte da população contra essas pessoas, nem o contrário. Por isso, é preciso envolver o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Governo do Estado e toda a sociedade. Segurança também é uma questão social”, pontuou o gestor.
Ayrton dos Anjos, acolhido atualmente na Casa de Acolhimento Dona Elza, compartilhou sua experiência. “Quando você está na rua, se sente sem ninguém, nem sombra de si mesmo. Hoje tenho um banho, uma comida, uma internet para usar. Isso te dá forças para tentar um emprego, sonhar com uma vida melhor. Só porque estamos na rua, não deixamos de ser cidadãos. Nós somos brasileiros e precisamos ser vistos”, disse.