Previsão de chegar a 100 mil pés até o fim do plantio
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, visitou na manhã desta quinta-feira, 14, a propriedade rural do ex-deputado estadual Chagas Romão, localizada no km 10 da Estrada do Quixadá. O local abriga uma das maiores lavouras de café robusta amazônico da Capital, com previsão de chegar a 100 mil pés até o fim do plantio.
Chagas Romão, que deixou a política para investir na agricultura, relatou que a ideia de cultivar café surgiu em conversas com o ex-deputado Jonas Lima, também produtor no interior do Acre. O projeto, que envolve seus três filhos, já soma 70 mil pés plantados em 10 hectares, com previsão de expansão para 160 hectares. A colheita está prevista para 2027, com expectativa de 140 sacas por hectare.
Segundo o engenheiro agrônomo Radamés Wilson, a lavoura segue um modelo adensado, com espaçamento reduzido, permitindo colheitas a partir do segundo ano e alto rendimento por hectare. Ele destacou que o robusta amazônico produzido no Acre apresenta um dos maiores teores de cafeína do mundo, despertando interesse no mercado internacional, especialmente para a produção de café solúvel.
Wilson ressaltou que o robusta amazônico, variedade desenvolvida para o clima equatorial da Amazônia, é uma das mais cafeinadas do mundo, com teor médio de 2,3% de cafeína, superando até mesmo o café de Rondônia. “Esse café é perfeito para a indústria de solúvel e tem grande potencial de exportação, especialmente para mercados como China e outros países da Ásia”, afirmou.
O agrônomo ressaltou ainda que a cafeicultura pode ser uma alternativa econômica mais rentável que a pecuária para pequenas e médias propriedades. “Com apenas dois ou três hectares, o produtor já consegue pagar as contas da família, manter outras atividades e até expandir a área de cultivo. É um passo importante para tornar o Acre mais próspero e competitivo no agronegócio”, disse.
Bocalom elogiou a iniciativa de Romão e reafirmou seu compromisso com o fortalecimento da cafeicultura no município. “Sempre acreditei que o café é uma grande saída econômica para o Acre. Hoje temos 40 agricultores familiares incentivados pela prefeitura, com apoio técnico, insumos e mecanização. Um hectare de café pode render até R$ 100 mil por ano, muito mais que a pecuária na mesma área”, afirmou.
Durante a visita, o prefeito também garantiu melhorias na estrada de acesso à propriedade. Em parceria com o governo do Estado e o Deracre, a prefeitura fornecerá massa asfáltica para recuperar cerca de 12 a 15 quilômetros do trecho, que se encontra deteriorado.
Embora os principais polos de produção de café no Acre estejam atualmente em Acrelândia e Mâncio Lima, a Capital começa a ganhar destaque com projetos de grande porte como o de Romão, que aposta no slogan “Café é paixão” para impulsionar o nome do Acre no mercado nacional e internacional.