O secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, João Marcos Luz — ex-vereador da capital — foi contestado por moradores da Baixada da Sobral durante a primeira sessão itinerante da Câmara de Rio Branco, realizada na manhã desta sexta-feira, 11, no CRAS da Sobral.
O estopim da polêmica foi a proposta da prefeitura de transferir o Centro POP, que atende pessoas em situação de rua, para a regional da Sobral — com possibilidade de instalação no bairro Castelo Branco. A simples menção da mudança gerou indignação entre lideranças comunitárias e populares presentes.
O vice-presidente estadual do Progressistas (PP), Lívio Veras, morador do Castelo Branco, desabafou contra a proposta e acusou a gestão de “empurrar um problema social para cima da população”. "Nosso bairro não merece que esse Centro POP venha pra cá. Esse problema não é nosso!", declarou, sob aplausos da plateia. Lívio ainda acusou o secretário de não ouvir a população e de não tratar o tema com a seriedade necessária.
Outro morador, Cleiton, presidente do bairro Plácido de Castro, reforçou a crítica: “Fica muito fácil pegar um problema e jogar em outra casa. Vai fazer o quê com eles lá? Vai amarrar?”. As críticas foram seguidas de vaias intensas quando João Marcos tentou se explicar.
Apesar do clima hostil, João Marcos Luz tentou justificar a decisão da secretaria: “Pra onde o Centro POP for, as pessoas vão se chatear. Não podemos colocar na zona rural, a lei não permite. É um problema nosso, de todos nós, e precisa ser enfrentado.” Ele ressaltou que o Ministério Público já ajuizou uma ação contra o município cobrando uma solução em até 90 dias.
O bate-boca entre moradores e lideranças comunitárias foi interrompido pela intervenção do vereador Samir Bestene (PP), que pediu calma e o restabelecimento da ordem, enfatizado que o tema será debatido na próxima terça-feira, 15, na Câmara com representantes da segurança pública e das secretarias envolvidas para discutir a problemática.