O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, recebeu na manhã desta sexta-feira, 1º de agosto, em seu gabinete, prefeitos de 11 municípios acreanos para uma reunião estratégica sobre os Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB). O encontro teve como objetivo principal alinhar os próximos passos para a atualização dos planos e estruturar soluções conjuntas para os desafios do setor, especialmente na gestão de resíduos sólidos.
Durante a reunião, os gestores discutiram os encaminhamentos da audiência realizada nesta semana em Brasília, com representantes da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A expectativa é garantir estudos técnicos atualizados que possibilitem, no futuro, concessões adequadas nos sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e, principalmente, manejo de resíduos.
Consórcio e logística compartilhada
A Prefeitura de Rio Branco se colocou à disposição para receber, de forma emergencial, o lixo de 12 municípios do Acre, como parte de uma estratégia transitória até que os novos aterros sanitários regionais sejam viabilizados. A operação será coordenada com o apoio do Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos (CINRESO) e da Associação dos Municípios do Acre (AMAC).
“Rio Branco está com a questão do lixo resolvida, mas temos municípios enfrentando dificuldades imensas. Propomos uma solução temporária, com a destinação do lixo dessas cidades para nossa Unidade de Tratamento de Resíduos. Isso vai aliviar os prefeitos da pressão constante do Ministério Público e da sociedade, enquanto construímos uma solução definitiva”, explicou Bocalom.
O prefeito agradeceu o apoio do governo do Estado, por meio do secretário de Planejamento, coronel Brandão, e destacou a atuação da deputada federal Antônia Lúcia, que garantiu R$ 20 milhões para a aquisição de caminhões coletores, carretas e demais equipamentos que facilitarão o transporte do lixo até Rio Branco.
Município mais distante aderiu à proposta
Entre os prefeitos presentes, Jerry Correia, de Assis Brasil, um dos municípios mais distante da Capital, destacou a relevância da iniciativa. “Não é hora de comemorar ainda, mas já é um alívio. O problema do lixo é o maior dos nossos municípios, e o consórcio está sendo essencial para buscar soluções viáveis. A abertura da estrutura de Rio Branco é fundamental nesse momento.”
Correia também lembrou que, além da logística emergencial, o consórcio segue articulando com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional para a implantação de aterros sanitários controlados nas regionais do estado, atendendo às diretrizes da Política Nacional de Saneamento Básico.
Rio Branco pronta para absorver até 90 toneladas por dia
O diretor do do Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos (CINRESO), Emerson Leão, informou que 51% dos municípios acreanos estiveram representados na reunião e reafirmou a capacidade da Unidade de Tratamento de Resíduos de Rio Branco de receber até 90 toneladas de resíduos por dia.
“Passamos o ano inteiro fazendo levantamentos técnicos, e hoje podemos afirmar que Rio Branco está preparada para essa etapa. Os municípios que aderirem vão suspender temporariamente suas operações locais e enviar os resíduos à capital, com o devido acompanhamento e regularização ambiental”, disse.
A medida deve vigorar por até 18 meses, enquanto os municípios aguardam a liberação de recursos federais para implantação definitiva dos aterros consorciados. A expectativa é que, ao final do prazo, os municípios já contem com estruturas adequadas, modernas e ambientalmente corretas para lidar com os resíduos sólidos, conforme prevê a legislação.
Para o Executivo, a reunião foi considerada um marco no avanço da política de saneamento básico no Acre, unindo esforços entre municípios, Estado e União em busca de soluções sustentáveis.