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POLÍTICA

Para fugir de embargos ambientais do lado brasileiro e de terras indígenas no Peru, Tebet confirma ferrovia por Assis Brasil e descarta rota por Cruzeiro

Para fugir de embargos ambientais do lado brasileiro e de terras indígenas no Peru, Tebet confirma ferrovia por Assis Brasil e descarta rota por Cruzeiro

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, descartou nesta terça-feira (12/8) a possibilidade da ferrovia bioceânica ser construída pela rota Cruzeiro do Sul/Pucallpa, no Peru. Ela citou que o traçado que deve ser adotado é margeando a BR-317, em direção à cidade de Assis Brasil. A fala dela foi em resposta aos senadores Sérgio Petecão (PSD) e Alan Rick (UB) que fizeram apontamentos e questionamentos a respeito da obra, que tem a expectativa de ficar pronta em cinco anos.

“O senador Sérgio Petecão deu a resposta preliminar. Por que não por cima? Por que por baixo e não por Cruzeiro do Sul? Do lado do Brasil, nós temos uma reserva ambiental que poderia ser superada. Você fala assim: faz mais 20 ou 30 quilômetros e dá à volta. Poderia até ser superada. A gente poderia pensar. Só que aí a gente tem que rasgar um espaço territorial. Aí tem estudo de impacto ambiental, leva anos. Não é por conta da reserva, é qualquer coisa que sai da BR. Mas não é nem por isso. Eu estive no Peru. Ninguém é obrigado a acreditar em mim. Mas, eu estive com o ministro dos Transportes. Ele estava falando em nome da presidência. Petecão não sei com quem teve. E ele falou claramente para mim: ‘diferente do Brasil, nós somos um povo indígena. Não é que é uma reserva, uma aldeia. Aqui a nossa miscigenação é outra. Nós somos um povo indígena. Não há um governo que consiga passar na reserva. Porque mobiliza o país inteiro’. Diferente do Brasil, onde povos originários são minoria e que precisam ser preservados e protegidos por todos’. Lá, nós estamos falando de uma identidade muito clara”, disse a ministra.

Sobre a possibilidade levantada pelo senador Alan Rick de uma estrada ligando Marechal Thaumaturgo à cidade peruana de Puerto Inca, Tebet não descartou a ideia. Disse também que a partir de 2030, quando a ferrovia deverá estar pronta, novas rotas poderão surgir, para complementar a integração.

“Nós já estamos vendo a possibilidade rodoviária no primeiro momento. Aí não é do nosso Ministério. Vou ver como é que está isso de colocar no município de Marechal e fazer uma rodovia interligando. Mas, eu falo de algo mais: a partir de 2030, que está logo ali, não pensem que está longe, quando eu acredito que essa ferrovia já esteja quase que concluída, nada impede, diante do desenvolvimento dessa região, de fazer o sentido contrário. Cruzeiro do Sul, por baixo, fazer uma ferrovia também não para interligar por lá, mas para interligar pensando na Bolívia e pensando nesse traçado. Então nós temos a rodovia ou ferrovia, mas de novo a gente precisa iniciar um processo. E depois as veias dessas artérias, é igual a espinha de peixe, né? A gente tem ali, aí tem as espinhas do peixe, ela vai acontecer porque o desenvolvimento está, não é bairrismo meu, dizer, mas hoje, são a Norte, Centro-Oeste e interior de alguns estados, mais que o Sul e Sudeste”.

A ministra confirmou também que construir a ferrovia paralela às BRs federais, como é o caso da BR-317, até Assis Brasil, é uma forma de ganhar tempo e fugir de possíveis embargos ambientais que farão com que a obra se arraste por anos.

Fazer concessões de trechos porque é possível atacar de várias frentes, ferrovias no Brasil. E, não está vinculado à China, os Estados Unidos fazer, a Argentina fazer ou à Europa fazer. Margeando as BRs, facilita pelo seguinte: Como a lei melhora ou piora, não estou discutindo a lei ambiental, os senhores vão discutir. Qualquer licenciamento ambiental simplificado que seja, ele é demorado. Em determinados trechos, ele pode através da Justiça, a Justiça de Primeira Instância mesmo, paralisar processo. Então, a gente margeia para que a gente possa. Eu, vou arriscar, tá? Uma vez pronto, se fizer, aqui já está pronto em Mato Grosso, na Bahia vai estar pronto, aqui a FICCO e a Vale vai fazer. Se a gente fizer, nós estamos falando de uma rodovia que pode terminar em cinco anos’.