A Bolívia atingiu um marco histórico de saúde na terça-feira ao ser reconhecida como país livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMS). O anúncio foi bem recebido pelo setor agrícola, que vê essa conquista como uma oportunidade estratégica para expandir os mercados de exportação e posicionar a carne bovina boliviana em destinos com altos requisitos sanitários.
A Câmara Agrícola do Leste (CAO), por meio de seu presidente, Klaus Frerking, parabenizou o setor pecuário pelos mais de 20 anos de trabalho coordenado que levaram à conquista desse status. Segundo o CAO, as campanhas de vacinação lançadas em 2001 sob um modelo de cogestão entre o Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária e Segurança Alimentar (SENASAG) e entidades como a Fegasacruz e a Fegabeni foram fundamentais para alcançar esse progresso.
"O status conquistado posiciona a Bolívia em um cenário competitivo, mas também exige um forte compromisso institucional para sustentá-lo e expandi-lo. O mérito da saúde por si só não basta; é preciso um compromisso do Estado para traduzi-lo em oportunidades reais", disse Frerking.
O setor produtivo alerta que esse avanço deve ser acompanhado de políticas claras de liberalização comercial, negociações bilaterais com mercados de carne de alto consumo e diplomacia sanitária ativa como ferramenta de integração internacional.
"A porta está aberta graças aos esforços na área da saúde, mas a entrada depende de uma visão para o país. É hora de as políticas apoiarem os esforços produtivos com ações concretas e planejamento de longo prazo", enfatizou o chefe da entidade agrícola.
O reconhecimento internacional não só reforça a imagem da Bolívia como fornecedora confiável de carne bovina, mas também implica em maior responsabilidade na manutenção dos padrões sanitários alcançados. Para os pecuaristas, este é o momento de transformar o mérito técnico em uma oportunidade real de desenvolvimento econômico para o país.