De acordo com o Relatório 2025 do projeto de Rotas de Integração Sul-Americana, elaborado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento e divulgado esta semana pela ministra Simone Tebet, a ligação com o Pacífico, por Assis Brasil, no Acre, está consolidada, porém o estudo destaca alguns obstáculos que precisam ser vencidos.
“A saída por Assis Brasil-AC para o Peru está consolidada com a Estrada do Pacífico ou Rodovia Interoceânica (BR-364 e BR-317 no Brasil e IIRSA Sur no país vizinho). A ponte binacional foi inaugurada em 2006 e a via peruana entrou em funcionamento em 2010. Daí, continua, por meio de diferentes ramais, passando por cidades como Puerto Maldonado, Nazca ou Arequipa até chegar ao litoral do Oceano Pacífico. Ainda que necessite de recapeamento no asfalto do lado brasileiro, no geral a estrada está em boas condições”, diz trecho do documento.
Segundo os técnicos do Ministério as condições adversas identificadas no Brasil são os baixos efetivos da Receita Federal, da Anvisa, do Vigiagro e da Polícia Federal na fronteira, bem como realizar as obras de melhorias rodoviárias já previstas.
Simone Tebet reforça que as rotas trarão desenvolvimento, segurança e sustentabilidade ambiental e soberania às nações envolvidas no projeto. "A integração regional e a conexão eficiente do Atlântico com o Pacífico poderão ser o meio de gerar os resultados positivos esperados em termos de emprego, renda, inclusão e melhoria das condições sociais e políticas. Portanto, as Rotas de Integração Sul-Americana desempenham função primordial no Brasil e na América do Sul, na construção de pilares democráticos sólidos, de desenvolvimento, com inclusão social, sustentabilidade ambiental, soberania e segurança", reforçou Simone Tebet.
O documento consolida, ainda, a incorporação das 16 unidades da Federação que não fazem fronteira com países da América do Sul ao esforço nacional de integração regional. A nova etapa detalha as estratégias de inserção desses entes no planejamento logístico do país, com destaque para a articulação das cadeias produtivas nacionais às rotas comerciais continentais e ao acesso ampliado à costa do Pacífico.
Os estados que não fazem fronteiras com países da América do Sul, são: Ceará, Bahia, Goiás, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão, Alagoas, paraíba, Sergipe, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, São Paulo e o Distrito Federal.
“Hoje, a terceira fase do desenho das Rotas de Integração Sul-Americana considera que, para além dos 11 Estados de fronteira, se faz necessário incorporar todas as 27 Unidades da Federação. O entendimento é que o planejamento da integração permitirá aproximar o interior e o litoral do Brasil das economias da América do Sul e do oceano Pacífico, por meio da articulação da extensa malha de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos. Assim, depois de dois anos de amadurecimento, o projeto das Rotas se volta para um grande movimento: trazer para o debate da integração regional uma parcela significativa do território brasileiro (36,5% do total), que detém mais de 74% da população nacional e representa quase 73% do PIB brasileiro”, afirma trecho do relatório.