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POLÍTICA

“Não se faz política ambiental sem a participação dos povos indígenas”, diz Francisca Arara no primeiro encontro do GCF Task Force em Rio Branco

“Não se faz política ambiental sem a participação dos povos indígenas”, diz Francisca Arara no primeiro encontro do GCF Task Force em Rio Branco

A programação da 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores pelo Clima e as Florestas (GCF Task Force), teve início nesta segunda-feira, 19, em Rio Branco. O evento internacional reúne lideranças indígenas, representantes de comunidades tradicionais, técnicos, especialistas ambientais e governadores de 11 países com o objetivo de discutir estratégias de combate ao desmatamento, fortalecer a economia de baixo carbono e garantir a efetiva participação dos povos da floresta nas políticas públicas ambientais.

O primeiro dia de programação foi marcado pela Reunião Técnica Matinal do Comitê Global de Povos Indígenas e Comunidades Locais, realizada no Instituto Senai, no Distrito Industrial de Rio Branco. Durante o encontro, representantes indígenas reforçaram a importância de garantir voz e espaço para quem historicamente protege a floresta.

A secretária extraordinária de Povos Indígenas do Acre, Francisca Arara, destacou o protagonismo indígena nas discussões ambientais e o papel essencial desses povos na preservação da Amazônia.

“O Acre é pioneiro no diálogo com os povos indígenas. Não se faz política ambiental sem a participação deles. Manter a floresta em pé é um dever coletivo, mas quem está nos territórios precisa de segurança alimentar, energia limpa, saúde e educação. Não estamos pedindo favores, estamos exigindo o que é justo”, declarou.

Ela também reforçou que os recursos para a proteção do meio ambiente devem chegar com transparência às comunidades e defendeu a formação de jovens indígenas como líderes para garantir a continuidade da luta por direitos e proteção dos territórios.

O secretário de Meio Ambiente do Acre, Leonardo Carvalho, ressaltou a importância do evento em um momento de agravamento dos efeitos das mudanças climáticas na região. A
“Vivemos recentemente uma seca histórica, seguida de uma cheia devastadora. Esses eventos extremos mostram que o debate climático precisa ser levado a sério. O GCF Task Force coloca o Acre no centro das discussões globais e mostra que estamos preparados para sediar eventos de grande porte e receber investimentos verdes.”

Para Toya Manchineri, coordenador geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), o encontro é estratégico para avançar nas discussões sobre mecanismos como o REDD+ jurisdicional, que visa remunerar ações de conservação ambiental realizadas em nível estadual, incluindo territórios indígenas.

“Esse debate precisa alcançar os territórios. A demarcação e titulação das terras indígenas são parte fundamental de uma política climática eficaz. Queremos garantir que os recursos realmente fortaleçam quem cuida da floresta”, afirmou.

A programação da 15ª Reunião do GCF Task Force segue até sexta-feira, 23, com painéis, reuniões técnicas e apresentações de boas práticas entre os estados-membros.