O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) disse que virou “regra” o abandono que a Secretaria de Estado de Educação (SEE) faz com o ensino rural no Acre. O parlamentar citou que, só este ano, ele denunciou o não início do ano letivo em escolas rurais por falta de transporte escolar e de professores. A fala dele foi proferida na sessão desta terça-feira (10/6).
“Domingo o Acre e o Brasil assistiu a uma matéria no programa Fantástico tratando das condições de ensino rural como recorte para uma situação específica no município do Bujari, numa escola de responsabilidade do estado do Acre. Aquele recorte e aquela matéria, apressaram-se os apagadores de incêndio, os bombeiros do governo, de tentar passar uma ideia de que era uma exceção. Se tivermos o mínimo de honestidade política neste plenário, somos testemunhas neste semestre de falas da deputada Antônia Sales, do deputado Emerson Jarude, da deputada Michele, do presidente da Comissão de Educação, Gilberto Lira, de vários deputados, inclusive do nosso vice-líder do Eduardo Ribeiro. É regra o abandono que a Secretaria de Educação faz ao ensino rural do estado do Acre. Eu mesmo apresentei, no final do mês de maio, as aulas não tinham dado início por falta do transporte escolar e por falta de professores em Marechal Thaumaturgo. Do mesmo jeito acontece em Porto Walter, na zona rural de Cruzeiro do Sul, em Sena Madureira”, disse o parlamentar.
Edvaldo Magalhães afirmou ainda que a Educação justificar o abandono da Escola Limoeiro, no Bujari, que funciona o seu anexo em um curral, disse que a culpa era das mudanças climáticas e dos pais dos estudantes, que exigiram que as aulas acontecessem naquele local. “Condenou os jovens a continuar daquele jeito, porque no fundo a culpa ou é das mudanças climáticas, ou é do Padeiro e mais ainda, é dos pais dos alunos, eles insistem em estudar. Isso é um crime que se comete”.
O parlamentar lembrou ainda as denúncias feitas por ele a respeito da carona milionária em uma ata do governo do Maranhã, de quase R$ 25 milhões, com uma empresa daquele Estado, para a reforma de escolas, além da compra de livros e plataformas para o Enem.
“Eu estou falando destas duas caronas para mostrar que quando há interesse no negócio, resolve-se rápido. Não precisa de licitação demorada, de reunião demorada. Quando se trata dos pobres, daqueles que estão distantes, a resposta é: ‘vai continuar assim até a gente terminar não sei o que’”, frisou.