Os deputados estaduais divergiram, no retorno dos trabalhos legislativos hoje (5/8), sobre a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última segunda-feira, dia 4.
O primeiro a falar foi o deputado Arlenilson Cunha (PL). Ele disse que Bolsonaro tem sido vítima de perseguição e que não deveria ser julgado pelo Supremo, de imediato, mas sim por outras instâncias da Justiça.
“Estamos caminhando para um estado de exceção. Você pode até não gostar do Bolsonaro. É uma afronta ao estado democrático de direito. É um precedente perigoso. Um verdadeiro ataque à democracia. Quero dizer: força, presidente Bolsonaro”, afirmou Arlenilson Cunha.
Em discurso, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) rebateu Cunha. Disse que a prisão de Bolsonaro se deu em virtude do descumprimento de medidas cautelares impostas por Moraes antes. “As medidas cautelares foram consequências do seu comportamento”, frisou, ao acrescentar: “estão traindo a pátria. Estão querendo sabotar a pátria. Mas, a pátria está se levantando. Não aceita essas intervenções. Não aceita que o tal do presidente dos Estados Unidos mande um recado pelo Twitter ou pela sua rede social e o presidente começa a tremer as pernas e se ajoelha diante do império. Não! Aqui não se ajoelha diante do império. Se enfrenta o império. Não se rende a esse tipo de chantagem”, afirmou.
Já Eduardo Ribeiro (PSD), que é advogado, disse que Alexandre de Moraes errou ao impor a Jair Bolsonaro a prisão domiciliar. “Não vou entrar no mérito em si, mas do ponto de vista jurídico, o ministro Alexandre de Moraes errou. Essa confusão toda passa por isso. Onde ele errou? Ele não deveria estar julgando o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ter se julgado suspeito, ter se julgado impedido”, afirmou. “Todos nós já sabemos o resultado desse processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Fazer justiça não é simples. A pessoa tem que se julgar imparcial mesmo, tem que estar desprovido de sentimento. O sentimento maior tem que ser a lei”.