O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre, Assuero Veronez, afirmou durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta sexta-feira (11/7), para discutir os embargos ambientais, que a Reserva Extrativista Chico Mendes vive sob o regime ‘socialista’.
“A pergunta é: quem invadiu quem? Foi a reserva que invadiu os produtores ou os produtores que invadiram? Os produtores estavam lá. A história conta e todos sabem que as florestas da Amazônia, especialmente nessa região do Acre, eram florestas habitadas. Tinha gente dentro. E a reserva começou lá com a Chico Mendes, que invadiu onde as pessoas estavam. E agora, as pessoas não podem fazer nada porque criaram um modelo socialista, onde as pessoas não podem ser proprietárias das suas terras e são submetidas a esse tipo de regras, que estabelece critérios, obrigando as pessoas a fazer aquilo que ´não é da vocação delas”, afirmou Veronez.
Assuero Veronez disse, ainda, que o “extrativismo só produziu pobreza e miséria”. Ele mencionou que grande parte das terras da Reserva Chico Mendes é fruto de desapropriação. Eram áreas particulares. Após 35 anos de criação, há proprietários que não receberam pela desapropriação. “Tem gente que não recebeu. É uma situação que o Estado não vê isso. Agora, o que o Estado vê: esse populismo ambiental para achacar os produtores rurais e causar esse tipo de injustiça tremenda, levando às famílias a esse drama”.
Veronez defendeu uma revisão do Código Florestal. Para ele, há falhas latentes que precisam ser corrigidas. “Nós estamos vendo esse tipo de problema hoje que precisa ser atacado e corrigido pelo Congresso Nacional. Sem essa solução, nós vamos ficar nesse conflito e assistiu esse tipo de ação truculenta feita pelo ICMBio”, disse o presidente ao se referir à Operação Suçuarana, deflagrada em junho.