Os deputados estaduais voltaram a falar nesta terça-feira (24/6) com relação aos embargos ambientais feitos pelo Ibama e pelo ICMBio no Acre. O primeiro a falar foi o líder do governo, deputado Manoel Moraes (PP). Ele criticou duramente a aplicabilidade dos recursos do Fundo Amazônia.
“Tem bilhões no Fundo Amazônia que poderiam fazer isso [preparo da terra com destocagem e arado], ao invés de estarem usando para prejudicar os pequenos produtores. Eles deveriam investir no que realmente vale a pena. É a única maneira de conseguirmos isso. Então, estamos fazendo esse esforço para que a gente mostre o caminho. Depois que eles produzirem alimentação, vão plantar açaí, café, cacau. Só tem essa maneira de resolver no Acre, dentro da Reserva e fora da Reserva [Chico Mendes]”, disse Manoel Moraes.
Manoel Moraes revelou ainda que em parceria com a Prefeitura de Xapuri, por meio de emendas de autoria dele, vai beneficiar 500 pequenos produtores da agricultura familiar com a destocagem de 2 hectares para o plantio, por propriedade.
“Eu quero voltar a falar sobre essas áreas embargadas do Ibama e do ICMBio. Lá em Xapuri, nós tomamos uma decisão de que só existe uma maneira de resolver isso: dando condições para os pequenos produtores. Estamos selecionando 500 produtores para que a gente possa destocar 2 hectares por produtor. Na hora que conseguimos gradear a terra, a pessoa não vai desmatar, a pessoa vai produzir”, explicou.
Outro que falou a respeito do assunto foi o deputado Afonso Fernandes (SD). Ele chamou de “shows pirotécnicos” as operações deflagradas pelos órgãos ambientais, como a última que ocorreu na Reserva Chico Mendes, a Operação Suçuarana.
“Vocês têm que olhar para quem nomeia a Marina, que é o presidente Lula. É muito fácil jogar a culpa para cima de um, dois, três. Quem dirige esse país, quem nomeia os ministros é o presidente da República”, disparou.
Em outro trecho, Afonso Fernandes disse que sugeriu a parlamentares da Amazônia a irem à Brasília pressionar o presidente Lula por uma flexibilização.
“Vamos fazer uma marcha dos parlamentares do Norte e vamos tentar uma audiência com o presidente Lula. Só ele pode ordenar que os órgãos, que são nomeados por ele, tenham o olhar mais generoso para a Amazônia. É preciso que os políticos do Acre, a bancada federal do Acre e de Rondônia, precisamos sair da discussão para a prática. Só o governo federal, através do presidente da República, na pessoa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode fazer isso”.