Enfrentando um déficit milionário, o presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, Joabe Lira (UB) começou a adotar medidas de contenção de gastos e anunciou a demissão de 42 motoristas, todos lotados nos gabinetes dos 21 vereadores. A decisão é parte de um pacote de cortes que visa evitar o colapso financeiro do Legislativo, que prevê um orçamento de R$ 60 milhões para 2025, mas estima precisar de R$ 75 milhões até o fim do ano.
Segundo o presidente da Câmara, vereador Joabe Lira (UB) o Legislativo precisa urgentemente equilibrar as contas. Sem dinheiro suficiente em caixa, a mesa diretora decidiu suspender gastos com passagens, diárias e cursos para vereadores — medidas que podem gerar uma economia de até R$ 1,5 milhão.
A decisão mais drástica até o momento foi a exoneração de 42 motoristas que operavam veículos alugados pela Câmara. Esses cortes, segundo Lira, são necessários para garantir o funcionamento do Legislativo até, pelo menos, setembro deste ano.
A Câmara também tem contratos expressivos com mídia (R$ 4 milhões) e manutenção predial (R$ 2 milhões). No entanto, até o momento, a mesa diretora não se pronunciou sobre a possibilidade de cortar esses custos.
O presidente Joabe Lira afirmou que está realizando os cortes "onde é possível", já que enfrentaria resistência de colegas se tentasse mexer em alguns privilégios dos parlamentares.
Um dos principais gargalos orçamentários da Câmara é a folha de pagamento, que consome cerca de R$ 57 milhões por ano. Isso inclui 350 assessores, servidores efetivos e os próprios vereadores, que recebem salários de R$ 20 mil, além de auxílios para saúde e alimentação. No início do ano, os parlamentares chegaram a propor o triplo no valor do auxílio-alimentação, que passaria de R$ 1.500 para quase R$ 5.000. A proposta não avançou, mas evidenciou o distanciamento entre os gastos da Casa e a realidade orçamentária do município.