Funcionários de uma escola municipal de ensino fundamental em Manoel Urbano entregaram, na última quarta-feira (17), uma carta de denúncia ao prefeito Raimundo Toscano Veloso, ao vice-prefeito Alberto Ferreira (Careca), ao presidente da Câmara Municipal, Cleyton Nogueira, e à secretária de Educação, Maria Antônia. O documento reúne acusações graves de assédio moral, humilhações, ameaças e má gestão por parte da direção da unidade, e relata que a situação tem afetado diretamente o ambiente escolar e a saúde dos servidores.
De acordo com os denunciantes, a direção adota uma postura de pressão constante, com repreensões públicas feitas diante de alunos e pais, criando um clima de medo, insegurança e desunião. Funcionários relatam que, mesmo em pequenos equívocos, são alvo de críticas severas, muitas vezes sem possibilidade de defesa ou retratação. A perseguição, segundo eles, é direcionada principalmente a servidores que não fazem parte do grupo de confiança da direção.
O documento cita ainda a utilização de grupos de mensagens digitais para acusações sem provas. Os servidores afirmam que, mesmo quando erros são comprovados ou corrigidos, não há reconhecimento ou retratação, perpetuando o constrangimento e o desgaste emocional da equipe.
Outro ponto crítico relatado é a realização de encontros em salas fechadas, envolvendo pais, alunos e professores, que resultaram em discussões acaloradas e, em alguns casos, chegaram a exigir intervenção policial ou judicial. Os funcionários também denunciam interferência da gestora em decisões administrativas já tomadas, comentários sobre a vida pessoal e a aparência de colegas, e a ausência de diálogo, o que enfraquece o sentimento de pertencimento à instituição.
Segundo os servidores, o ambiente de trabalho tornou-se tóxico, com impactos diretos na saúde mental da equipe. Entre as consequências estão aumento de afastamentos médicos, casos de depressão, desânimo, pedidos de transferência e até demissões. Eles também apontam que a falta de gestão pedagógica e de apoio aos educadores tem reflexos no rendimento dos alunos.
O grupo solicita providências urgentes das autoridades, incluindo abertura de investigação formal e adoção de medidas administrativas que possam reverter a situação. Funcionários ouvidos pela reportagem, que preferiram não se identificar, afirmaram que o prefeito Raimundo Toscano Veloso recebeu a carta e garantiu que tomará as medidas necessárias para apurar os fatos.