O ex-deputado estadual e produtor rural, Geraldo Pereira Maia, saiu em defesa da produção na Amazônia. Ele afirmou, durante audiência na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta sexta-feira (11/7), que os planos de manejos florestais só atendem os interesses do mercado europeu, lançando na miséria a indústria madeireira do Acre.
“Para vocês terem uma ideia, a indústria madeireira faliu nos anos 80, legislação ambiental, falta de política. E, aí foram criados os manejos florestais. A quem serve? Ao Macron, como isolante térmico para enfrentar o rigoroso inverno europeu? Esses pisos são isolantes, a madeira. Observem as mesas de todos os dirigentes do mundo, são feitas de madeira, não são feitas de mármore ou de cimento”, disse Pereira.
Representando os produtores rurais, o ex-deputado petista afirmou que uma mudança na legislação ambiental poderia gerar, no Acre, 50 mil novos postos de trabalho, com a reativação da indústria madeireira.
“Apenas uma mudança simples, a indústria madeireira volta a funcionar e automaticamente o estado do Acre vai gerar 50 mil empregos, se a madeira sair daqui beneficiada, se sair daqui os móveis que a Europa compra. Esperamos que a COP-30 não construa mais lá instrumentos de punições para os produtores rurais. Nós queremos que ela traga soluções especialmente para a Amazônia. Que os milhões de euros sejam gastos para a produção rural. O Brasil precisa de um olhar para a Amazônia”, ressaltou.
Geraldo Pereira acrescentou, ainda, que o Sul e o Sudeste não estão do lado dos produtores rurais da Amazônia. Nestas duas primeiras regiões, os agricultores podem explorar até 80% de suas propriedades, enquanto que na Amazônia é o inverso: 80% deve ser de reserva legal, empurrando milhares de produtores para os embargos ambientais.
“Aqui no Acre nós temos apenas 20%, com muita dificuldade, com todos os desafios que é morar e produzir na Amazônia”, completou.