Debate também reacende interesse chinês em construir a ferrovia transoceânica
A tensão causada com a China, após as declarações do presidente norte-americano Donald Trump em seu ato de posse, de que retomaria o controle do Canal do Panamá, por onde passa grande parte da soja brasileira e outros produtos, como madeiras, em direção ao gigante asiático, pode beneficiar ainda mais o Acre, por meio da Rota Quadrante Rondon, ligando o estado aos portos de Ilo e Chancay, no Peru.
Além disso, as declarações de Trump reacendem um debate antigo entre Brasil e China: a construção de uma ferrovia transcontinental, saindo de Campo dos Goytacases, no Rio de Janeiro, passando por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Acre, acessando o Peru até o porto de Ilo. Esse desenho foi pensando em 2015, quando a presidenta Dilma Rousseff recebeu o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, no Palácio do Planalto.
“Nossos três países – Brasil, Peru e China – iniciam, juntos, estudos de viabilidade para essa conexão ferroviária bioceânica. Trata-se da Ferrovia Transcontinental que vai cruzar o nosso País no sentido leste oeste cortando o continente sul-americano. Um novo caminho para a Ásia se abrirá para o Brasil, reduzindo distâncias e custos. Um caminho que nos levará diretamente, pelo oceano Pacífico, até os portos do Peru e da China”, disse Dilma Rousseff, à época.
Para se ter uma ideia, o porto bilionário de Chancay, no Peru, construído por investidores chineses, que terão 60% do controle do empreendimento, deve encurtar em um terço o tempo médio que a produção brasileira leva para chegar ao Oriente.