O ex-deputado estadual Geraldo Pereira fez uma crítica à política adotada pelo governo Gladson Camelí, que elevou a chamada pauta do boi. Segundo Pereira, os frigoríficos levam até 30 dias para pagar os pecuaristas. O longo prazo trazido prejuízos aos produtores para a reposição de novos animais.
“Governador, preste atenção, o seu governo deu ouvidos aos frigoríficos, através do Sindicares, e veja o que aconteceu com a pecuária acreana: escala de 90 dias com 30 dias para pagar. Esse longo prazo tirou os produtores rurais das compras. Se o produtor quiser comprar, precisa negociar o início do pagamento para 120 dias”, disse o ex-deputado, que também é produtor rural.
Pereira disse ainda que em Rondônia a escala está menos de 20 dias. “Essa crise ainda não tinha o efeito do tarifaço do presidente americano, a pedido da família Bolsonaro”, explicou.
O ex-deputado acreano citou preços praticados no Sudeste e no estado vizinho ao Acre, Rondônia. Lá, “parte dos frigoríficos não está comprando com o anúncio do tarifaço, e inicia a semana fora do mercado. Com isso, as cotações não mudaram. O boi gordo está negociado em R$260,00/@, a vaca em R$235,00/@ e a novilha em R$250,00/@. O “boi China” está apregoado em R$265,00/@. Ágio de R$5,00/@. A escala de abate está, em média, para nove dias. Todos os preços são brutos e com prazo”.
Ao Notícias da Hora, Pereira disse que a crise se deve à ausência de saída de bezerros do Acre em 2023. Ele pediu mais atenção do poder público daquilo que ele chamou de a maior economia do Acre.
“Os frigoríficos têm uma escala de 90 dias e suspenderam compra, alguns deles, é o caso lá de Acrelândia. Mais 30 dias para pagar, dá 120 dias. Se antecipar, vai pagar 3% de juros. É um problemaço o que estamos enfrentando e pode se agravar. E essa repercussão aí foi a falta da saída de bezerros em 2023, fez com que represasse esse boi. Quando nós puxamos a discussão da saída de bezerros, que o governo tinha que facilitar, muitos pecuaristas foram contra. Me tiraram até de alguns grupos de WhatsApp, porque eu estava ao lado dos pequenos produtores rurais, da pecuária de cria. E olha o que aconteceu agora, explodiu. O pecuarista para comprar alguma coisa tem que negociar uma parcela, a primeira, ou a vista com 120 dias. É muito delicada a nossa situação. O governador, o governo, às vezes é muito omisso demais com isso. Não quer dizer que tenha que resolver os problemas todos, não, porque muitos, 90% quem resolve é o mercado. Mas, tinha que estar mais presente diante do maior setor da economia do estado do Acre”.