O vereador Eber Machado (MDB) anunciou, na manhã desta quarta-feira, 21, o início de uma greve de fome por tempo indeterminado em protesto contra a mudança do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), que foi transferido da área central de Rio Branco para o Conjunto Castelo Branco na madrugada de hoje.
O parlamentar afirmou que vai acampar em frente ao novo Centro Pop e não se alimentará, consumindo apenas água, até que haja uma resposta por parte da Prefeitura de Rio Branco e dos órgãos de controle. Para ele, a decisão foi tomada de forma arbitrária e sem diálogo com a sociedade civil e instituições envolvidas na política de assistência social.
“Estou saindo da Câmara de Vereadores direto para o Centro Pop, onde vou iniciar essa greve de fome. Essa mudança foi feita à força, na calada da madrugada, sem respeitar o desejo da população, sem ouvir os próprios moradores em situação de rua, que não queriam sair do centro”, afirmou Machado.
O vereador criticou a gestão do prefeito de Rio Branco, chamando a condução do processo de “ditatorial” e “desrespeitosa”, e afirmou que a decisão fere os princípios democráticos e a participação popular nas políticas públicas. Segundo ele, a prefeitura não consultou nem mesmo o Conselho Municipal de Segurança, que teria competência para debater impactos da mudança.
“Nem o Conselho Municipal de Segurança foi ouvido. Isso não é só uma questão de assistência social, é também um problema de segurança pública. E o prefeito agiu como um ditador”, declarou.
O emedebista também mencionou uma reunião realizada na segunda-feira, 20, com a presença da Defensoria Pública, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça e de representantes da população em situação de rua, na qual a maioria dos presentes teria se manifestado contra a transferência do Centro Pop.
O vereador pediu apoio da população para fortalecer o ato e reiterou que sua greve de fome tem como objetivo chamar a atenção para o que considera um retrocesso nas políticas voltadas às pessoas em vulnerabilidade.
“Não faço isso por mim, faço pelo futuro dos meus netos, pelos netos da nossa população. Se quisermos um Rio Branco melhor, precisamos de políticas públicas verdadeiramente voltadas aos que mais precisam”, finalizou.