O debate na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nesta terça-feira (17) foi em torno dos efeitos da Operação Suçuarana deflagrada contra produtores rurais que ocupam uma área da Reserva Extrativista Chico Mendes. O primeiro parlamentar a se posicionar foi o deputado Emerson Jarude (Novo).
“Parece que produzir no estado do Acre é crime. O interesse do governo federal é mostrar que estão tomando as devidas providências na Amazônia. Por que não fizeram a operação em Minas Gerais, em São Paulo, no Rio de Janeiro? Porque não tem coragem de fazer. Se for fazer lá dentro do Goiás, se o Caiado aceita, quero ver fazer dentro de São Paulo, se o Tarcísio aceita. Não tem coragem. Vem fazer aqui dentro do Acre”, disse Emerson Jarude.
Eduardo Ribeiro disse que o Acre tem as leis mais rígidas do país, no tocante ao meio ambiente. “Os nossos produtores rurais são submetidos às leis mais rígidas do Brasil e o frete mais caro, tudo mais caro, e agora, não obstante, esses infelizes embargos. Venho externar o meu apoio à produção do Estado. Precisamos achar uma solução. Do ponto de vista nosso, vamos ver o que o Estado pode fazer, acelerar as compensações ambientais. Vamos regulamentar e ver o que isso pode ajudar. Vamos fazer a nossa parte”.
O deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) se solidarizou com os trabalhadores rurais. “É desumano a forma que está sendo tratado, sobretudo, o pequeno produtor. Escolheram o Acre no dia do Meio Ambiente e disseram: ‘vamos lá prejudicar o pequeno produtor’. Isso é um problema de toda a sociedade acreana. Isso não é um problema só do produtor rural. Poderia sim ter ocorrido uma tragédia maior. E se tivesse vítima nessa situação? O frigorífico já não aceita mais esse animal para abater. Eu tenho a convicção e a certeza que vamos passar por dias difíceis, mas não desistam”.
Pedro Longo (PDT) afirmou estar “chocado com as imagens” vistas na Resex. “Cenas absolutamente inaceitáveis. Apreensão de gado, destruição de currais, isso é inaceitável. Eu conheço aquela realidade em Xapuri”. “Tem que mudar a legislação federal. Tem que fazer uma pesquisa. Consulte os moradores, se eles quererem viver de extrativismo ou produzir nas suas terras. Não dar para viver aqui em regime de escravidão. Essa vai ser uma bandeira minha. Vamos transformar parte da reserva em projeto de assentamento”.