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POLÍTICA

Com quase 20 milhões dirigindo sem habilitação, governo propõe CNH mais acessível e digital

Com quase 20 milhões dirigindo sem habilitação, governo propõe CNH mais acessível e digital

O número de brasileiros que dirigem sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) atingiu níveis críticos. Para enfrentar essa realidade, o governo federal colocou em consulta pública uma proposta que transforma o processo de habilitação, buscando torná-lo mais acessível, rápido e menos custoso.

De acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), mais de 900 mil infrações por direção sem habilitaçãoforam registradas em 2024. Em 2025, até o mês de setembro, o número já chega a quase 800 mil autuações. Além disso, a estimativa é de que cerca de 20 milhões de pessoas estejam dirigindo sem habilitação em todo o país.

Nova CNH: o que muda

O Ministério dos Transportes propõe uma série de alterações no processo de habilitação de condutores. A proposta está aberta para comentários da população na plataforma Participa + Brasil, até o dia 2 de novembro de 2025.
Entre os principais pontos da reforma, destacam-se:

Critérios de entrada mantidos
Nada muda em relação aos requisitos mínimos:

  • Ter 18 anos ou mais
    • Saber ler e escrever
    • Possuir CPF e documento de identidade válido

O governo propõe o fim da exigência de 45 horas de aula teórica em autoescolas. O candidato poderá estudar:

  • Em uma plataforma online gratuita do Ministério dos Transportes
    • Em autoescolas, com aulas presenciais, remotas ou híbridas
    • Em instituições públicas de trânsito ou entidades credenciadas
    O conteúdo continua obrigatório, mas o estudante poderá escolher como e onde estudar.

Processo mais digital

  • A abertura do processo poderá ser feita online, pelo site ou aplicativo do Detran local.
    • Quem preferir, ainda poderá optar pelo atendimento presencial.
    • O acompanhamento de cada etapa será feito pelo sistema Renach (Registro Nacional de Carteira de Habilitação).
    • Candidatos que fizerem o curso online poderão validar a identidade digitalmente, via conta Gov.br.

Biometria obrigatória

Após o curso teórico, será necessário comparecer ao Detran para a coleta de biometria (foto, digitais e assinatura). Essa etapa é essencial para formalizar o processo e será exigida também nos exames.

Exames médicos e psicológicos mantidos

Essas etapas continuam obrigatórias e devem ser feitas em clínicas credenciadas pelos Detrans estaduais.

Aulas práticas opcionais

Uma das mudanças mais impactantes é o fim da obrigatoriedade das 20 horas de aula prática. O candidato poderá:

  • Aprender com instrutores credenciados
    • Ter aulas em autoescolas
    • Utilizar seu próprio veículo ou o do instrutor

Exames seguem obrigatórios

  • A prova teórica permanece como etapa obrigatória e poderá ser aplicada presencialmente ou online, a depender da estrutura de cada estado.
    • Para aprovação, o candidato precisa acertar ao menos 70% das questões. Caso reprove, poderá refazer a prova quantas vezes for necessário.
    • Já o exame prático de direção continuará sendo aplicado por examinadores do Detran. A pontuação mínima exigida é de 90 pontos, com o candidato iniciando a prova com 100 pontos e perdendo conforme os erros cometidos.

Permissão provisória e CNH definitiva

Após aprovação no teste prático, o candidato receberá a Permissão para Dirigir (PPD), válida por um ano. Se nesse período o motorista não cometer infrações graves, gravíssimas ou reincidentes em médias, a CNH definitiva será emitida automaticamente.

Atualmente, tirar a CNH pode custar até R$ 4.200 e levar quase um ano para ser concluído. Com as mudanças, o governo estima uma redução de até 80% nos custos — uma economia significativa para milhões de brasileiros. As taxas continuam sob responsabilidade dos Detrans de cada estado.

Consulta pública aberta

A proposta está disponível para participação popular até o dia 2 de novembro, no site Participa + Brasil. Depois disso, o texto será enviado ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que decidirá sobre sua aprovação e implementação oficial.