Com investimentos na ordem de R$ 10 milhões, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com a Cooperativa de Café do Juruá (Coopercafe), entregou neste sábado (28), em Mâncio Lima, o maior complexo industrial de café da agricultura familiar da Região Norte, com foco no cooperativismo.
A diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, aproveitou para agradecer ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin por entenderem a necessidade deste investimento na Amazônia acreana.
“Então, pessoal, e isso que a gente está fazendo aqui hoje, é industrializando a produção do cooperativismo para o povo colocar dinheiro no bolso. Quero agradecer ao presidente Lula. Se não fosse ele, nada disso estaria acontecendo. Quero agradecer ao vice-presidente da República, que é o ministro da Indústria, Geraldo Alckmin. Ele é o presidente do Conselho da ABDI. Ele deu a maior força para a gente criar esse programa do cooperativismo e industrializar o trabalho das cooperativas”, disse Almeida.
O presidente da Coopercafé, Jonas Lima, enfatizou que o Complexo atenderá à Agricultura Familiar e que trará prosperidade à região. “Hoje, é um dia especial para todos os manciolimenses e do Vale do Juruá. O Vale do Juruá está na prosperidade. Aqui não é uma festa de um partido político, mas a festa da transformação. Quero agradecer o governo federal, na pessoa da Perpétua Almeida. Perpétua, muito obrigado. Isso aqui é agradecer ao presidente Lula. Sem o presidente Lula não tínhamos esse investimento de forma nenhuma. Esse investimento veio para mudar a vida da população rural. Esses parceiros que nós temos, precisamos agradecer. Hoje a palavra é gratidão. Isso aqui não estaria acontecendo se não fosse a mão de todos”, pontuou.
Já Eduardo Tostes, analista de Produtividade e Inovação da ABDI, ressaltou que a economia de Mâncio Lima já começa a sentir os efeitos positivos, com a cadeia produtiva do café.
“Não deu dois anos, o município já arrecadou 44,5% a mais do que historicamente vinha ganhando. Imagine 2025,2026, 2027 quando vamos tracionar com muito mais produtores, mais cooperados. Parabéns a vocês. Que daqui para frente vocês utilizem o máximo essa capacidade produtiva, mantém coesos. Meus parabéns e meu agradecimento. É um orgulho estar aqui representando o governo federal, em nome da ABDI, graças ao trabalho e ao apoio da Perpétua, retornando o trabalho de vocês em prosperidade para essa geração e para as futuras”, destacou.
O presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Nicolau Júnior, também esteve presente na solenidade. Ele mencionou que “esse Complexo é para o pequeno produtor” e ressaltou o trabalho de Jonas Lima e Perpétua Almeida para que o sonho se concretizasse.
O Complexo integra o projeto Café Amazônia Sustentável, desenvolvido pela ABDI, que visa implementar um modelo cooperativista socioeconômico sustentável para o beneficiamento e rebeneficiamento do café cultivado pela agricultura familiar. A iniciativa recebeu investimentos de R$ 8 milhões da ABDI e R$ 2 milhões da Coopercafe, cooperativa que hoje reúne mais de 180 produtores na região.
O deputado estadual Edvaldo Magalhães, um dos entusiastas da iniciativa, disse que o Complexo Industrial do Café só foi possível porque os produtores acreditaram na cafeicultura.
“Queria destacar três coisas muitas rápidas. Para que esse complexo chegasse neste momento, primeiro teve que ter produção. E produção da agricultura familiar. Foi uma viagem feita aqui pelo Jonas, pelo Isaac, que já foi, mas é preciso fazer justiça a quem contribuiu, e pelo Sibá Machado, que nem aqui está, mas foi ele quem incentivou essa primeira viagem lá em Rondônia. Teve coragem de produtor para começar a produzir”, pontuou ao também mencionar o protagonismo de Perpétua Almeida e Jonas Lima.
Estiveram presentes prefeitos e vereadores, o secretário de Estado de Agricultura, Luiz Tchê, o vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pedro Longo, o primeiro-secretário da Aleac, Luiz Gonzaga e o senador Sérgio Petecão.
Estrutura moderna e sustentável
O parque fabril possui uma estrutura física de 1.640 m² e opera com energia elétrica 100% limpa e sustentável, abastecida por 356 painéis solares, que geram 21.500 kWh por mês, além de utilizar práticas como o reuso de água da chuva e o uso de lenha certificada.
Toda a produção de café é realizada em áreas degradadas, sem qualquer desmatamento novo, reforçando o compromisso ambiental do projeto.
Capacidade produtiva
O Complexo tem capacidade produtiva de até 20 mil sacas de café por safra (considerando o beneficiamento e o rebeneficiamento), o que pode gerar um faturamento em torno de R$ 40 milhões – variando conforme a produtividade local e a cotação diária do café. São dois processos principais:
- Beneficiamento: envolve secagem, descascamento e classificação do café, preparando o grão para comercialização, seco e descascado. O maquinário inclui 11 secadores, uma máquina descascadora e uma classificadora de cafés in natura com despolpador.
- Rebeneficiamento: agrega qualidade ao produto, por meio da padronização por tamanho e densidade, utilizando um conjunto de peneiras e mesa densimétrica. Esse processo permite separar os melhores lotes, aumentando o valor de mercado do produto.
O parque produz desde café commodity até café especial, o que amplia o leque de possibilidades comerciais para os cooperados.
Na região, os cooperados, em sua maioria pequenos e médios produtores, cultivam cerca de 1,5 milhão de pés de café. Somando o Vale do Juruá e parte do Amazonas, são mais de 5 milhões de pés de café plantados.