A crise na Saúde Pública do Acre começou a escalar após as denúncias de negligência no atendimento ao garoto Diogo Albuquerque, de 12 anos, no Hospital Geral de Feijó, e à dona de casa Ana Cleide Cruz de Souza, de 39 anos, na Maternidade de Cruzeiro do Sul. Ambos morreram esta semana. Diogo perdeu a vida no domingo, dia 18, e Ana Cleide morreu na última terça-feira, dia 20.
Agora, mais uma denúncia grave. Cirurgias pediátricas estariam sendo adiadas no Hospital Sansão Gomes, em Tarauacá. O médico anestesiologista Wagner N. Corsi, contratado pela empresa 4HEALTH Serviços Médicos Ltda, vem alegando falta de materiais, porém o mesmo não apresenta quais materiais seriam estes e sem a antecedência devida.
Um documento já foi encaminhado ao secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, solicitando a troca do profissional, mas nada foi feito. De acordo com o relato de profissionais que atuam na unidade, outros anestesiologistas já atuaram no Sansão Gomes e nunca fizeram tais exigências. Eles acreditam que as cirurgias estão sendo adiadas, numa forma de “sabotagem”, porém Corsi segue recebendo normalmente.
“Trata-se de sabotagem sem precedentes que vem prejudicando a população de Tarauacá, enquanto o profissional vem recebendo normalmente pela disponibilidade, mas zero serviço. Não sabemos nem se chamamos os pacientes para operar e ficar em jejum em vão”, diz uma fonte ouvida pelo Notícias da Hora.
Ao Notícias da Hora, o secretário Pedro Pascoal disse que as exigências feitas pelo médico foram atendidas, mas que o Hospital não realiza cirurgias pediátricas, porém para a estruturação do centro cirúrgico o material solicitado foi encaminhado pela Sesacre. Sobre a troca do profissional, Pascoal não falou.
“As cirurgias que acontecem em Tarauacá, são cirurgias do Opera Acre, que são cirurgias marcadas com pacientes pré-determinados já. Esses materiais que são pedidos lá pelo anestesista, são materiais da pediatria. Como não tem cirurgias pediátricas lá, nós não colocamos pacientes na fila. Não tinha programação até então, mas que ele identificando que havia essa necessidade para a estruturação do centro cirúrgico lá, nós providenciamos e encaminhamos para lá. Se não me engano, foi encaminhado ontem. Se a gente puxar o histórico, não temos nenhuma cirurgia suspensa por falta de material. As cirurgias que acontecem são eletivas e são de pacientes adultos”, explicou.
