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POLÍTICA

CCJ do Senado rejeita e arquiva PEC da Blindagem por unanimidade

CCJ do Senado rejeita e arquiva PEC da Blindagem por unanimidade

Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal rejeitou, por unanimidade, a PEC da Blindagem  na manhã desta quarta-feira (24). O texto, que havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados, foi considerado inconstitucional pelos senadores que integram o colegiado.

Como não houve nenhum voto favorável, não será possível apresentar recurso para levar a proposta ao plenário. Dessa forma, a  PEC da Blindagem é automaticamente arquivada.

Para entrar em vigor, a medida precisaria ser aprovada nas duas Casas do Congresso. No entanto, com a rejeição unânime na CCJ, que é responsável por avaliar a constitucionalidade das proposições, a matéria não chegará a ser debatida no plenário do Senado.

A pauta teve ampla rejeição popular, entre os diferentes viés políticos. No voto, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da PEC no Senado, classificou a matéria como "absurda" e registrou a "coragem" do presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), de pautar a proposta com a urgência devida.

O relator da PEC, senador Alessandro Vieira, recomendou em seu parecer a rejeição total da proposta que previa autorização prévia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para abertura de ação penal contra parlamentares.

O voto foi seguido por todos os parlamentares da Casa Alta que compõem a CCJ e, com isso, de acordo com regras do regimento interno do Senado, a proposta é arquivada. 

Quando não há unanimidade nessa posição, existe a possibilidade de recurso ao plenário em até dois dias úteis após comunicada a rejeição — que não se aplica a esta PEC.

Entenda a PEC da Blindagem

Aprovada em regime de urgência pela Câmara dos Deputados no último dia 16, a PEC da Blindagem propunha mudanças nas regras de investigação e ações penais contra parlamentares. Pelo texto, deputados e senadores só poderiam ser investigados ou presos com autorização prévia do Legislativo.

Na prática, caberia à Câmara ou ao Senado decidir, em votação secreta, se um parlamentar poderia ter prisão preventiva decretada ou responder a uma ação penal por possíveis crimes cometidos.

A proposta ganhou força após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra congressistas envolvidos na tentativa de golpe de Estado, além do avanço de inquéritos sobre a execução das chamadas emendas parlamentares, que somam cerca de R$ 50 bilhões por ano sob controle do Legislativo.

Também chamada de PEC das Prerrogativas, a proposta foi defendida pelos seus apoiadores como uma reação à suposta “perseguição política” contra os parlamentares por parte do Judiciário, discurso recorrente dos aliados do ex-presidente Bolsonaro.

De outro lado, especialistas e organizações que atuam no tema do combate à corrupção alertam que a proposta pode barrar ações contra corrupção no uso das emendas parlamentares.

"A presente PEC teria o real objetivo de proteger autores de crimes graves, como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o que configura claro desvio de finalidade e, consequentemente, inconstitucionalidade" , disse Vieira no relatório.