A Polícia Federal cumpriu na manhã desta sexta-feira, 18, em Brasília, mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As medidas, autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), também impõem restrições cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e limitações de comunicação e circulação.
A operação, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, incluiu buscas na residência de Bolsonaro e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), sigla pela qual o ex-presidente disputou as eleições de 2022. Além das buscas, Bolsonaro foi proibido de acessar redes sociais, se comunicar com outros investigados ou réus do Supremo, bem como com embaixadores e representantes diplomáticos.
Também foi imposta a ele uma espécie de recolhimento domiciliar noturno, que o obriga a permanecer em casa das 19h às 7h. As medidas fazem parte de um conjunto de ações que miram os responsáveis por atos antidemocráticos realizados após as eleições presidenciais de 2022.
O ex-presidente é réu em uma ação penal no STF que investiga sua suposta participação no núcleo central de uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas urnas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro “alimentou diretamente a insatisfação e o caos social” no país.
A denúncia da PGR, apresentada na última segunda-feira,14, acusa Bolsonaro de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada e dano qualificado pela violência.
As investigações seguem em sigilo parcial, e até o momento, a defesa do ex-presidente ainda não se manifestou publicamente sobre as medidas.