O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), concedeu entrevista ao Notícias da Hora na tarde desta terça-feira, 16, em seu gabinete, e falou sobre o cenário político de 2026. Questionado se pretende disputar o governo do Acre, o gestor preferiu adotar cautela, mas não descartou a possibilidade.
Segundo Bocalom, o desejo de parte da população por sua candidatura tem sido constante em suas andanças pelo interior. Ele lembrou da eleição de 2010, quando perdeu o pleito para o governo do Estado por uma diferença de apenas 0,5%.
“Eu ouvi muito isso nos municípios. As pessoas dizem: ‘Prefeito, o senhor tem que ser o candidato agora’. Naquela época, muitos não acreditavam que eu tivesse condições de administrar o Estado, mas hoje veem o trabalho que estamos fazendo na Capital. O sentimento é forte, principalmente em lugares onde perdemos em 2010”, relatou.
Apesar da pressão, o prefeito garantiu que, por ora, está focado na gestão de Rio Branco. “Eu disse para todos a mesma coisa: nesse momento, eu sou candidato a terminar as minhas obras. A questão política a gente fala no ano que vem”, afirmou.
Alianças e cenário político
Sobre uma eventual composição com o senador Márcio Bittar (PL), Bocalom destacou a parceria histórica. “O Márcio é meu parceiro de muitos anos, sempre estivemos juntos na luta contra o PT e a esquerda. É meu candidato ao Senado, juntamente com o governador Gladson Cameli. Esses são os dois nomes que eu apoio para o Senado”, declarou.
Ele também citou a vice-governadora Mailza Assis (PP) e o senador Alan Rick (União Brasil) como nomes naturais no debate sucessório de 2026. “Ela está no mandato, é um direito que tem, assim como o Alan Rick. Não podemos esquecer também o papel do senador Petecão em 2020, que ajudou muito naquela eleição. Tenho carinho e respeito pela Mailza, é minha amiga há muito tempo. Lá na frente tudo pode acontecer”, afirmou.
Mulher na política
Ao ser questionado se o fato de Mailza ser mulher poderia interferir em sua eventual candidatura, Bocalom foi direto. “Não acredito que hoje o eleitor escolha por ser homem ou mulher. Em pesquisas que fiz no passado, apenas 3% disseram que votariam só porque era mulher, e 2% só porque era homem. O eleitor quer saber quem tem capacidade para cuidar bem do Estado ou do município”, explicou.
A fala que ‘pegou’
Durante a entrevista, o prefeito também comentou uma frase que ouviu recentemente de um eleitor no aeroporto. “Um senhor me abraçou e disse: ‘Bocalom, se não roubar o dinheiro, dá’. E eu respondi: sim, senhor. É exatamente isso que a população espera: uma gestão honesta, que aplica o recurso público com seriedade”, concluiu.