Marcado para o próximo dia 15 de setembro, o leilão do Complexo Industrial Peixes da Amazônia S.A., localizado em Senador Guiomard, ainda não despertou interesse de compradores. Avaliado em R$ 19 milhões, o empreendimento enfrenta um estado avançado de sucateamento, o que tem afastado investidores tanto do Acre quanto de outros Estados.
Segundo avaliação judicial, o complexo sofreu furtos de peças e motores, além de depredações nas instalações. Os danos mais graves estão concentrados na fábrica de ração, nos tanques e laboratórios de alevinos e nas câmaras frigoríficas; todos considerados irrecuperáveis após anos de abandono e vandalismo.
Inaugurado em 2015 com investimentos de R$ 86 milhões e presença de autoridades como o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, o projeto nunca atingiu a escala produtiva esperada. O declínio culminou na decretação de falência em 2024.
Além da deterioração física, o passivo financeiro representa outro entrave. O comprador terá que assumir dívidas trabalhistas, honorários advocatícios, custos do administrador judicial e débitos com o Banco da Amazônia (Basa), que financiou R$ 17 milhões para a construção do frigorífico.
O imóvel ofertado inclui uma área de 65,09 hectares registrada em cartório, com estrutura composta por fábrica de ração, laboratório de alevinos, tanques de criação, frigorífico e câmaras frigoríficas — avaliados em mais de R$ 10 milhões.
Caso não haja lances no dia 15, a Vara Cível de Senador Guiomard já prevê novas rodadas: uma segunda chamada em 30 de setembro e, se necessário, uma terceira em 15 de outubro.