O vereador Felipe Tchê (PDT) realizou na manhã desta segunda-feira, 12, na Câmara de Rio Branco, uma audiência pública com foco no acolhimento e na valorização das chamadas mães atípicas — mulheres que cuidam de filhos com deficiência, síndromes ou transtornos do neurodesenvolvimento. A audiência discutiu o Projeto de Lei nº 37/2025, que propõe a criação do Programa Municipal de Atenção e Orientação às Mães Atípicas.
O encontro reuniu mães, representantes de associações, profissionais da saúde e da educação, além de membros do poder público, promovendo um espaço de escuta e construção coletiva. O objetivo do projeto é garantir dignidade, apoio emocional, orientação especializada e políticas públicas efetivas para essas mães que enfrentam, diariamente, jornadas exaustivas de cuidado e resistência.
Durante a audiência, relatos emocionantes deram voz à realidade dessas mulheres.
Adjayana Santos, mãe atípica e representante do Grupo de Mães Atípicas do Acre, fez um apelo por mais humanidade e empatia:
“Tem gente que nunca vai entender o que é passar a noite em claro, não por insônia, mas por luta. A gente move montanhas com a alma quebrada. Ser mãe atípica é esquecer de si todos os dias para garantir o melhor para os filhos.”
Heloneida Gama, presidente da Associação Família Azul (AFAC) e também mãe atípica, destacou a falta de rede de apoio e os impactos do descaso público. “O autismo precisa ser tratado como pauta apartidária. Somos esquecidas pelas gestões, tanto estadual quanto municipal. Algumas mães chegam ao suicídio. Não é privilégio que buscamos, é cuidado. Cuidado também é política pública.”
A emoção tomou conta do plenário quando Macleane Brandão, outra mãe presente, agradeceu ao vereador pela iniciativa. “Me emociono ao falar do meu filho. E agradeço profundamente ao vereador Felipe Tchê por nos dar voz. É um olhar de apoio que nos fortalece.”
Para Felipe Tchê, a audiência foi um primeiro passo rumo à construção de um programa que possa transformar a realidade dessas famílias. “Estamos ouvindo quem realmente vive essa dor, essa luta. Nosso compromisso é fazer com que esse projeto não fique no papel. As mães atípicas precisam e merecem políticas públicas de verdade.”
O Projeto de Lei segue agora para tramitação na Câmara. A expectativa é de que a proposta seja aprovada ainda este ano, instituindo um programa permanente de atenção e orientação às mães atípicas da Capital acreana.