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POLÍTICA

Audiência pública propõe criação de grupo de trabalho para enfrentar alagamentos na Baixada da Sobral durante o inverno amazônico

Audiência pública propõe criação de grupo de trabalho para enfrentar alagamentos na Baixada da Sobral durante o inverno amazônico

Em busca de soluções para os recorrentes alagamentos que afetam bairros da Baixada da Sobral durante o período chuvoso, a Câmara Municipal de Rio Branco realizou na manhã desta sexta-feira, 11, no CRAS da Sobral, uma audiência pública que reuniu vereadores, representantes de órgãos públicos, estudiosos e a comunidade local. O debate aconteceu após a 1ª sessão itinerante do Legislativo municipal e resultou na proposta de criação de um grupo de trabalho para discutir e implantar medidas efetivas de prevenção e contenção das enchentes na região.

O vereador Eber Machado (MDB), autor do requerimento que deu origem à audiência, avaliou como positiva a mobilização.

“É motivo de grande alegria a Câmara de Vereadores chegar aqui com um requerimento nosso aprovado, para que fizéssemos esse debate sobre os alagamentos na Baixada da Sobral. Sabemos que essa região, em seu contexto geral, é um município dentro de Rio Branco. Finalizamos essa audiência com chave de ouro. Tivemos a presença de órgãos da prefeitura, do Ministério Público e de estudiosos da área. No final, encaminhamos os questionamentos que vão nortear a criação de um grupo de trabalho com todos os responsáveis pelo tema. Queremos avançar nas discussões e encontrar soluções concretas para que, no próximo inverno, a população da Baixada não sofra novamente com as enchentes”, destacou.

A audiência contou com a presença do procurador de Justiça Carlos Maia, que enfatizou a importância do planejamento urbano e da fiscalização ambiental como formas de mitigar os impactos das chuvas.

“Precisamos sair do discurso e partir para a execução de ações preventivas. A vulnerabilidade da Baixada da Sobral é histórica, e só será vencida com a união de esforços entre poder público, comunidade e instituições fiscalizadoras”, disse o procurador.

O cientista Foster Brown, doutor em Ciências Ambientais e pesquisador da Universidade Federal do Acre (Ufac), trouxe dados técnicos e reforçou a necessidade de investimentos em infraestrutura verde e soluções baseadas na natureza.

“A urbanização desordenada e o assoreamento dos igarapés agravam os efeitos das chuvas. É preciso pensar em estratégias que aliem tecnologia com o meio ambiente, como áreas de amortecimento, drenagens ecológicas e reflorestamento de margens”, pontuou o pesquisador.

Representando o Saerb, o diretor Enoque Pereira reconheceu as limitações do sistema de drenagem atual e afirmou que há estudos em andamento para ampliação e modernização da rede.

“Temos pontos críticos mapeados e vamos reforçar o monitoramento. O Saerb está aberto a contribuir com o grupo de trabalho, trazendo dados e propostas técnicas viáveis”, declarou.

Já o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, reforçou que os eventos climáticos extremos estão se intensificando e é preciso trabalhar em ações de prevenção com base em dados científicos e escuta comunitária.

“Não estamos mais lidando com enchentes esporádicas. Esse é um problema que veio para ficar. Precisamos adaptar nossa cidade às novas realidades climáticas e isso passa por participação social e ações integradas entre todos os setores”, afirmou Falcão.

Ao final do encontro, ficou definido que os questionamentos apresentados pela população e pelas instituições participantes serão sistematizados para a criação do grupo de trabalho, que terá a missão de propor um plano de ação com metas de curto, médio e longo prazo. Novos encontros entre representantes públicos e a comunidade estão previstos nos próximos meses.