Aiache, líder do Progressista na Câmara enfatizou que a permanência do partido na base depende também da disposição do prefeito
O vereador Samir Bestene (PP) se pronunciou nesta terça-feira, 3, sobre a exoneração de cinco servidores comissionados ligados a seu grupo político na Prefeitura de Rio Branco. As demissões foram publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) na segunda-feira, 2, e assinadas pelo prefeito em exercício, Alysson Bestene (Progressistas).
Os servidores estavam lotados na Secretaria Municipal de Educação (Seme) e na Secretaria Municipal de Cuidados com a Cidade (SMCCI).
A decisão causou mal-estar entre vereadores do Progressistas, partido com a maior bancada da Câmara de Rio Branco, composta por seis parlamentares: Samir Bestene, Bruno Moraes, José Aiache, Felipe Tchê, Lucilene do Vale e Elzinha Mendonça.
Samir lamentou as exonerações, classificando a medida como preocupante. Segundo ele, os demitidos são pessoas que ajudaram na construção do projeto político da atual gestão e que também estiveram nas ruas durante a campanha eleitoral.
“Ontem houve exonerações de pessoas aliadas à nossa caminhada, mas que também estiveram nas ruas, balançando bandeira para a gestão Bocalom e Alysson. Isso preocupa, porque são pessoas que defenderam esse projeto. Eu continuo cumprindo meu papel de vereador, defendendo os interesses da população e de nossa cidade”, afirmou.
O vereador também sugeriu que as exonerações possam ter relação com a votação da última quinta-feira, 30, quando 15 vereadores, incluindo ele, derrubaram vetos do Executivo a projetos ligados ao autismo e à criação da Guarda Municipal, tema que Samir disse defender desde 2021.
“Espero que a gestão entenda que esta Casa é um poder independente. Não acredito que seja retaliação por causa da votação, mas é preciso compreender que defendemos projetos importantes para Rio Branco”, pontuou.
Samir negou qualquer rompimento com a base do prefeito Tião Bocalom, embora tenha destacado que as exonerações foram assinadas por Alysson Bestene, seu parente e também membro do Progressistas.
“Não tem isso de sair da base. Sendo base ou oposição, eu sempre vou estar neste plenário defendendo o bem comum. Nós acreditamos no projeto do prefeito Bocalom. Caminhamos juntos desde 2020. Mas é importante que a gestão entenda o nosso papel e o valor da nossa contribuição”, frisou.
Apoio da bancada progressista
O líder do Progressistas na Câmara, vereador José Aiache, também se manifestou em apoio a Samir. Segundo ele, qualquer retaliação a um membro do partido é vista como um ataque ao próprio Progressistas. “Nossa solidariedade ao vereador Samir. Para nós, qualquer ato contra um vereador do PP é um ato contra todo o partido. Estamos buscando o diálogo com a Prefeitura, mas deixamos claro que não aceitamos retaliações”, salientou Aiache.
Questionado sobre a possibilidade de o PP deixar a base do prefeito, Aiache disse que o grupo buscará construir um caminho de entendimento com o Executivo, mas que a permanência na base depende também da disposição do prefeito. “Se o prefeito não quiser o PP na base, não vamos forçar. Mas acreditamos que, com diálogo, vamos chegar a um consenso. Queremos construir juntos”, concluiu.