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POLÍTICA

Ao falar sobre ferrovia que passará pelo Acre, Simone Tebet diz que projeto ‘impactará diretamente regiões do Norte’

Ao falar sobre ferrovia que passará pelo Acre, Simone Tebet diz que projeto ‘impactará diretamente regiões do Norte’

“Seu efeito sobre o desenvolvimento é comparável ao que uma reforma tributária provocaria nas indústrias do Sul e Sudeste”, afirma a ministra

Em viagem à China, integrando a comitiva do governo brasileiro, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ressaltou o interesse dos chineses em construir a ferrovia bioceânica, que ligará Ilhéus, na Bahia, ao Porto de Chancay, na costa peruana.

Ela revelou que o trajeto da ferrovia passará por regiões-chave do agronegócio brasileiro, incluindo o Matopiba, a área de fronteira entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

“Isso representa uma revolução. Quando esse projeto se concretizar, transformaremos todo o cenário econômico do Brasil. Estamos levando desenvolvimento a uma região atualmente considerada a mais rica devido à qualidade de seu solo e agronegócio, mas que carece de infraestrutura”, afirmou Simone Tebet. “O projeto da ferrovia tornará o Brasil muito mais competitivo. É uma mudança radical. Impactará diretamente regiões do Norte, Centro-Oeste, interior do Sudeste e do Nordeste. Seu efeito sobre o desenvolvimento é comparável ao que uma reforma tributária provocaria nas indústrias do Sul e Sudeste”, afirma Simone Tebet.

Ainda de acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento, o traçado da ferrovia está sendo elaborado numa cooperação entre o Planejamento, Casa Civil e os Ministérios dos Transportes e de Portos e Aeroportos.

São três mil quilômetros de conexão

Embora o traçado da ferrovia ainda esteja sendo definido, a intenção é conectar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), atualmente em execução, com a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), unindo-as ao Peru.

“A China tem interesse, assim como o Peru e o Brasil. O objetivo é garantir segurança jurídica e previsibilidade, assegurando que, independentemente das gestões governamentais, este projeto é um compromisso do Estado brasileiro, com viabilidade econômica clara”, destacou Simone Tebet.

“O plano é, de fato, rasgar o Brasil de leste a oeste”, reitera a ministra. “Quando falamos em 'cortar' o Brasil, estamos tratando de pelo menos 3 mil quilômetros para conectar à ferrovia que a Vale está construindo pela Fico e que liga à Fiol na Bahia. Estamos nessa tarefa há 60 dias e estamos progredindo”, completou Tebet, referindo-se às negociações iniciadas pelo secretário de Articulação Institucional do MPO, João Villaverde, em colaboração com a secretaria especial do Novo PAC, da Casa Civil, e a secretaria nacional de ferrovias, do Ministério dos Transportes.

As tratativas entre os ministérios e a estatal chinesa China State Railway Group incluiram visitas técnicas a Brasília, a Mara Rosa (um ponto de entroncamento entre a FICO e a FIOL, além da Ferrovia Norte-Sul) e ao porto de Santos, em São Paulo.

Projetos ferroviários tendem a ser dispendiosos e demoram para ser concluídos, uma vez que envolvem diversas etapas, desde estudos de viabilidade técnica, ambiental e econômica até a execução das obras. A participação do capital privado – incluindo o internacional – é essencial para a concretização de uma iniciativa dessa magnitude.

“Não há investimento privado nacional suficiente; precisamos de capital estrangeiro. Atualmente, quem possui os recursos necessários é a China, tanto no setor privado quanto no público”, afirmou a ministra Tebet.