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POLÍTICA

Além da possível demissão de motoristas, assessores também poderão ser cortados da folha de pagamento da Câmara de Rio Branco

Além da possível demissão de motoristas, assessores também poderão ser cortados da folha de pagamento da Câmara de Rio Branco

A Câmara de Rio Branco vive um clima de tensão nos bastidores. Após o anúncio de corte temporário de 42 motoristas lotados nos gabinetes dos 21 parlamentares, também pode ser ser reduzido o número de assessores parlamentares; tema debatido durante reunião interna após o pequeno expediente desta desta terça-feira, 10, realizada a portas fechadas.

A medida faz parte de um pacote emergencial de contenção de despesas, diante de um déficit orçamentário que ameaça paralisar o Legislativo ainda este ano. Atualmente, a Câmara conta com cerca de 350 assessores, que, somados aos servidores efetivos e aos salários dos próprios vereadores, consomem R$ 57 milhões por ano — praticamente todo o orçamento previsto.

Com um orçamento previsto de R$ 60 milhões para 2025, mas uma estimativa de gastos que pode ultrapassar R$ 75 milhões até dezembro, a mesa diretora, presidida pelo vereador Joabe Lira (União Brasil), vem promovendo cortes para evitar um colapso financeiro. As exonerações dos motoristas, que operavam veículos alugados pela Casa, são vistas como apenas o primeiro passo.

Embora a mesa diretora trate a possibilidade de corte de assessores como "temporária", a medida enfrenta forte resistência nos bastidores. A proposta ainda não foi oficializada, mas o clima nos corredores do parlamento é de apreensão e insatisfação generalizada entre os gabinetes.

Além das exonerações, a Câmara já suspendeu os gastos com passagens, diárias e cursos, o que deve gerar uma economia de cerca de R$ 1,5 milhão. No entanto, outras áreas de alto custo, como contratos com mídia (R$ 4 milhões) e manutenção predial (R$ 2 milhões), seguem intocadas. Segundo o presidente, os cortes estão sendo realizados “onde é possível”, dado que há resistências internas a mexer em certos privilégios dos parlamentares.

Os salários dos vereadores, fixados em R$ 20 mil mensais, somam-se a auxílios como o de alimentação e saúde. No início do ano, uma proposta para triplicar o auxílio-alimentação — de R$ 1.500 para R$ 5.000 — causou polêmica, embora não tenha avançado. O episódio, no entanto, deixou clara a desconexão entre as intenções da Casa e a realidade financeira do município.

A expectativa agora gira em torno dos
próximos passos da mesa diretora. Se os cortes de assessores forem efetivados, o impacto político pode ser significativo, afetando diretamente a atuação dos vereadores e a relação com suas bases eleitorais. O clima, segundo fontes ouvidas pela reportagem, “segue quente” e pode se agravar nas próximas semanas.