O ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo esteve em Rio Branco nesta sexta-feira, 25, para ministrar a palestra “Os desafios da segurança e da soberania nacional na Amazônia”. Realizado no auditório da Fecomércio, o evento reuniu lideranças políticas, estudantes, pesquisadores e representantes de instituições públicas e privadas interessadas no debate sobre os rumos da região. O senador Márcio Bittar também participou do encontro.
Durante a apresentação, Aldo destacou a importância de integrar segurança pública e defesa nacional nas fronteiras amazônicas, que somam mais de dois mil quilômetros e fazem divisa com países como Peru, Colômbia e Venezuela. Ele usou como exemplo a Operação Ágata, realizada durante sua gestão no Ministério da Defesa, que contou com a atuação conjunta das Forças Armadas, polícias estaduais e Receita Federal. “Durante a Ágata, a criminalidade caía quase a zero. Mas isso exige inteligência, equipamento e investimento. E custa caro”, afirmou.
Rebelo lamentou a precariedade de infraestrutura dos Sstados amazônicos, questionando, por exemplo, a quantidade de embarcações disponíveis para patrulhamento fluvial no Acre. “Quase tudo aqui é rio. Como fazer segurança sem equipamento?”, indagou.
Críticas à política ambiental
O ex-ministro fez duras críticas à atual política ambiental brasileira, que, segundo ele, bloqueia cadeias produtivas legais e amplia a influência do crime organizado. “Hoje há três Estados na Amazônia: o oficial, o paralelo (controlado pelo crime) e o da economia clandestina”, disse, destacando que a falta de alternativas econômicas empurra jovens para a criminalidade.
Aldo também condenou a ausência de oportunidades para profissionais qualificados formados na região. “Aqui não tem estrada, ferrovia, obra. O jovem se forma em engenharia e precisa pedir passagem para ir embora”, pontuou. Ele citou o exemplo da Reserva Extrativista Chico Mendes, onde, segundo ele, o morador é forçado a criar gado por falta de liquidez imediata nas atividades extrativistas.
Alvo de críticas: Marina Silva, Ibama e Funai
Aldo ironizou a ministra Marina Silva durante a palestra. “Dizem que isso aqui é um paraíso. Mas cuidado com esse paraíso. A Marina foi a segunda mulher que fugiu do paraíso. A primeira foi Eva — e, pelo menos, a Eva tinha uma paixão pelo Adão”, provocou.
Ele também defendeu mudanças constitucionais e legais para limitar o poder de órgãos como Ibama, Conama e Funai, que, segundo ele, atuam de forma “abusiva” e impedem o desenvolvimento regional. “Esses órgãos têm poder demais. Não podemos continuar bloqueando o crescimento de uma das regiões mais ricas do planeta por conta de uma política ambiental equivocada”, completou.
Aldo Rebelo tem uma longa trajetória na política nacional. Foi ministro da Defesa, da Ciência e Tecnologia, da Coordenação Política e das Relações Institucionais, além de presidente da Câmara dos Deputados. É conhecido por sua defesa da soberania nacional e do desenvolvimento da Amazônia com base na valorização de seus recursos e populações. Em sua fala, reforçou a necessidade de repensar o modelo atual que, segundo ele, impede o progresso e condena a região ao abandono e criminalidade.