Na manhã desta sexta-feira, 11, a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) foi palco de uma audiência pública marcada por emoção e fortes posicionamentos diante das recentes denúncias de embargos ambientais impostos em propriedades rurais do estado. A deputada estadual Dra. Michelle Melo teve uma voz firmes e contundente na defesa dos produtores rurais que têm sido afetados pelas ações da União em áreas produtivas do Acre.
Com falas emocionadas, Dra. Michelle Melo criticou duramente a maneira como os órgãos ambientais vêm conduzindo as ações no campo. “O que nós queremos é respeito, diálogo e justiça. Não se pode criminalizar quem sustenta a cidade. O produtor rural não é criminoso”, afirmou.
A audiência contou com a presença de deputados estaduais, federais, senadores Alan Rick e Sérgio Petecão, além de representantes do Ministério Público, Procuradoria-Geral do Estado, ICMBio, Governo do Estado, vereadores de Brasiléia e Xapuri e o vice-prefeito de Xapuri, Vânio Miranda. O ponto alto do encontro foi a participação expressiva de produtores rurais, que compartilharam relatos dramáticos sobre os prejuízos e a forma como os embargos foram aplicados.
A parlamentar questionou ainda a ausência de diálogo antes da execução das medidas punitivas. “Por que não houve uma advertência? Por que não houve tempo para que as famílias tirassem seus animais, suas produções?
A própria lei permite isso. O que se tem feito é desumano”, destacou.
Em seu discurso, Dra. Michelle fez um apelo à bancada federal e ao governador do Estado para que ajam de forma unida e levem a situação diretamente ao presidente da República. “O que nós queremos não é um jogo de narrativa para saber quem trabalha mais. O que o Acre precisa é que governador, deputados e senadores deem as mãos e digam a Brasília: o Acre vai morrer se o campo continuar sendo sufocado.”
Ela também enfatizou a importância de se avançar urgentemente na regularização fundiária. “Enquanto o pequeno produtor não tiver segurança sobre sua terra, seguiremos nesse ciclo de injustiça e sofrimento. Um Acre sem produção rural é um Acre falido”, sentenciou.
A expectativa é de que as mobilizações avancem para Brasília, dando visibilidade nacional à realidade enfrentada pelo campo acreano.