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POLÍTICA

Aberson Carvalho responde a denúncia exibida no Fantástico sobre escola improvisada na zona rural do Bujari: “o mais importante é garantir educação àquelas crianças”

Aberson Carvalho responde a denúncia exibida no Fantástico sobre escola improvisada na zona rural do Bujari: “o mais importante é garantir educação àquelas crianças”

O secretário de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE), Aberson Carvalho, se manifestou na tarde desta segunda-feira, 9, durante entrevista ao jornalista Astério Moreira, no programa Gazeta Entrevista, sobre a reportagem exibida no último domingo, 8, no Fantástico, da TV Globo, que mostrou crianças estudando em uma estrutura improvisada na zona rural do município de Bujari, a cerca de 40 km de Rio Branco.

Segundo a matéria, os alunos da comunidade Limoeiro assistem aulas em um antigo curral, sem paredes, piso adequado ou água encanada.

Carvalho destacou que a situação retratada pela emissora nacional reflete os desafios históricos enfrentados pela Educação rural e indígena na Amazônia. Segundo ele, as condições de infraestrutura, acesso e conectividade são adversidades comuns não apenas no Acre, mas em toda a região amazônica, incluindo países vizinhos como Peru e Bolívia.

“Olharam para a Amazônia, olharam para o Acre, porque é preciso ser enxergado como política pública. Nunca escondemos as dificuldades de se fazer Educação no campo. A falta de luz, saneamento e internet são desafios que extrapolam as fronteiras do nosso estado”, afirmou o secretário.

O titular da SEE explicou que a unidade mostrada na reportagem não é uma escola formal, mas um anexo provisório criado em 2023 a pedido da própria comunidade. De acordo com ele, os moradores solicitaram a presença de um professor, já que a escola-sede mais próxima fica a cerca de 10 km, e o acesso é extremamente difícil, especialmente durante o período chuvoso.

“A escola fica numa região alocada a 100 km da BR-364, em uma unidade de conservação chamada Floresta Estadual do Antimary. No inverno, para chegar até lá, é preciso atravessar rios e ramais alagados. Caminhonetes atolam, tratores não passam. E mesmo assim, a gente colocou um professor, porque o mais importante é garantir educação àquelas crianças”, relatou.

Aberson contestou a caracterização do espaço como um "curral", como dito na reportagem. Segundo ele, a estrutura foi construída pelos moradores com recursos próprios, exclusivamente para uso como sala de aula.

“Não era um curral. Aquela estrutura não tem características de curral. Foi construída pela comunidade para receber o professor. Não é o ideal, claro, mas foi o que era possível naquele momento, e nós não podíamos nos omitir”, enfatizou.

O gestor também anunciou que uma nova escola, construída em parceria com a prefeitura do Bujari, será entregue em até 40 dias. A unidade ficará a cerca de 3 a 4 km da comunidade Limoeiro, reduzindo significativamente a distância e beneficiando outras famílias da região.

“Essa nova escola vai atender melhor a comunidade. Vai sair daquela condição improvisada, que foi um paliativo. A estrutura nova terá melhores condições, e isso mostra que estamos enfrentando o problema com ações concretas”, disse.

O secretário finalizou lembrando que a ocupação daquela região remonta aos anos 1980 e 1990, quando seringueiros passaram a habitar o que hoje é a Floresta Estadual do Antimary. Desde então, a população cresceu e a presença do Estado se tornou fundamental.

“A gente precisa garantir que o jovem fique no campo, perto de sua família, de sua cultura. Isso evita o êxodo rural e os problemas sociais das periferias urbanas. A educação é o caminho, mesmo com todos os desafios que temos pela frente”, concluiu.