A vereadora Elzinha Mendonça (PP) trouxe à tribuna da Câmara de Rio Branco na sessão desta quarta-feira, 5, um tema sensível e urgente: a violência contra a mulher e o feminicídio. A parlamentar destacou a necessidade de políticas públicas eficazes e campanhas de conscientização para combater esse problema que ainda assola a sociedade.
“Eu hoje trago aqui, com muita tristeza e dor no coração, algo que dói em todas as mulheres e que envergonha a nossa sociedade, que é o feminicídio. Não é possível que em pleno século XXI ainda precisamos clamar para que parem de nos matar simplesmente por sermos mulheres”, disse a progressista.
A parlamentar destacou dados alarmantes do Acre e do país. Entre janeiro e março deste ano, foram registrados 22 homicídios dolosos no Estado, e os números de feminicídios voltaram a crescer em 2025, segundo o Departamento de Inteligência da Polícia Civil. Ela citou ainda um caso recente em Porto Acre, no qual uma jovem de 18 anos foi assassinada pelo próprio marido, que posteriormente cometeu suicídio.
“Esse caso representa o ciclo cruel da violência doméstica, que muitas mulheres vivem em silêncio, marcado por ciúmes, controle e dominação, terminando sempre da mesma forma: com a mulher morta e uma família destruída”, afirmou a parlamentar.
Apesar de reconhecer uma redução de 50% nos casos de feminicídio em Rio Branco nos primeiros seis meses de 2025, Mendonça alertou que os números não podem ser vistos apenas como estatística.
“A violência contra a mulher não é apenas um número, cada uma dessas vidas tem nome, história e sonhos interrompidos”, disse, lembrando que 102 denúncias de violência contra a mulher foram registradas pelo canal 180 entre janeiro e julho deste ano no Acre, enquanto o Feminicidômetro do Ministério Público do Acre contabilizou 87 feminicídios consumados e 158 tentativas desde 2018.
A vereadora reforçou a necessidade de educação e conscientização desde a infância, destacando que a luta contra a violência de gênero deve envolver toda a sociedade. “Precisamos ensinar meninos a não materializarem o controle, o ciúme, a violência, e ensinar meninas a reconhecerem os sinais de abuso. A violência contra a mulher não é um problema da mulher, é um problema da sociedade. Todos os homens precisam estar engajados em votar contra o feminicídio”, concluiu.
