O Acre se tornou o epicentro da cafeicultura brasileira nesta sexta-feira, 3, com a realização do Exporta Mais Brasil, evento promovido pela ApexBrasil em parceria com o Governo Federal e associações de café como a BSCA e a Caferon. O objetivo é conectar produtores locais a compradores internacionais e colocar o Café Robusta Amazônico no mercado global.
O encontro incluiu sessões de cupping, degustação profissional que permitiu aos compradores conhecerem de perto as características únicas do café amazônico, destacando seu aroma e sabor diferenciados.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, ressaltou o potencial transformador da iniciativa para a economia local. “Cada xícara de café consumida no mundo, uma sai do Brasil, mas ainda não damos a devida fama à nossa produção. Aqui estamos lançando cafés especiais, incluindo o Robusta Amazônico, desenvolvido pela Embrapa, que poderá multiplicar em até seis vezes o valor da saca produzida aqui”, afirmou.
Viana enfatizou a importância da união entre produtores, cooperativas e instituições para fortalecer a cadeia produtiva. “Não adianta apenas apontar problemas. Temos que trabalhar juntos. Essa união está criando uma nova fase para o café do Acre, com geração de emprego, renda e reconhecimento internacional em potencial de cinco anos”, acrescentou.
O presidente da Coopercafé, Jonas Lima, destacou a relevância do evento para os pequenos produtores. “É a primeira vez na história que tantos produtores do Acre têm oportunidade de mostrar seus cafés ao mundo. Isso vai marcar a história da exportação da nossa região”, disse, lembrando que 90% dos produtores presentes são da agricultura familiar, permitindo que pequenos e grandes produtores dividam o mesmo espaço de visibilidade.
Para Juan Travin, da cooperativa Caferon, de Rondônia, o evento é uma oportunidade de mostrar o diferencial do Robusta Amazônico: “É um híbrido endêmico da Amazônia, com perfil sensorial único: notas de chocolate, caramelo, frutas vermelhas e amarelas. Esse café está surpreendendo compradores internacionais e mostrando a força da nossa região no mercado global.”
Com mais de R$ 5 milhões em investimentos para cursos, concursos e eventos internacionais, e um convênio de R$ 20 milhões com a BSCA, a ApexBrasil e parceiros buscam consolidar o Acre como referência na exportação de cafés especiais. Jorge Viana projeta que, em poucos anos, a produção local poderá ganhar destaque mundial. “Em pouco tempo, com crédito, assistência técnica e união, a cadeia produtiva do café pode se tornar uma das maiores fontes de geração de renda e emprego da Amazônia”, concluiu.
