Investigadores da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DENARC) da Polícia Civil prenderam, na manhã desta quarta-feira, 19, Thiago Araújo Lopes, de 36 anos, apontado como líder de uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas na região. A prisão ocorreu no município de Assis Brasil, no interior do Acre, como parte da terceira fase da Operação “Muares”.
Segundo o delegado Pedro Paulo Buzolin, Thiago era o principal alvo da operação e atuava no gerenciamento do tráfico de drogas e na movimentação financeira da quadrilha. Além da prisão, os agentes apreenderam cinco veículos de luxo, incluindo um Toyota Corolla e uma SW4, avaliados em aproximadamente R$ 600 mil. O Poder Judiciário do Acre também determinou o bloqueio de R$ 1,5 milhão das contas bancárias de Thiago.
A operação teve início em janeiro do ano passado, após a apreensão de quatro quilos de entorpecentes que seriam enviados do Acre para Goiás. Nesta fase, o foco da investigação foi desarticular o esquema financeiro do grupo criminoso.
Lopes é marido da secretária de Assistência Social de Assis Brasil e, segundo as investigações, mantinha influência dentro da gestão municipal. Informações da Polícia Civil indicam que ele alugava veículos para a prefeitura.
Além disso, conversas interceptadas pela investigação revelam que os entorpecentes eram adquiridos por meio de transações financeiras envolvendo a empresa T.A. Lopes Importação e Exportação LTDA, registrada em nome do suspeito. A polícia constatou que a empresa não possuía sede física nas cidades mencionadas, levantando suspeitas de que fosse utilizada para lavagem de dinheiro.
As investigações indicam que Thiago mantinha relações diretas com membros do Comando Vermelho, organização criminosa atuante no tráfico de drogas. Ele teria acumulado dívidas com Jhon Mendes Deoclecianno, conhecido como “Bomba” ou “Jhon Amarok”, realizando pagamentos por meio da conta bancária da esposa. Para quitar parte da dívida, Thiago entregou um veículo Toyota Hilux SW4, que, segundo a polícia, era clonado.
Interceptações telefônicas também revelaram que Thiago e outro investigado, Nickson Dantas Gonçalves, cogitaram armazenar drogas em um prédio público da prefeitura, conhecido como “quarto dos alunos”, onde ambos trabalhavam como servidores.
Além da prisão preventiva, foram autorizadas buscas e apreensões domiciliares, sequestro de bens e a suspensão das atividades econômicas da empresa investigada. A polícia identificou um esquema de ocultação de patrimônio por meio de terceiros, incluindo veículos registrados em nomes de familiares de Thiago.
A Justiça também determinou o acesso e a análise de dispositivos eletrônicos apreendidos, que podem trazer novos desdobramentos para a investigação. Outros envolvidos, como Carlos Endrio Braga de Souza, Anderson da Silva Marinho e Sérgio Batista da Silva, também são alvos das diligências por suspeita de participação no esquema de lavagem de dinheiro. A Operação Muares segue em andamento e novas prisões não estão descartadas.