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POLÍCIA

Pensado para ser local de recomeço para famílias em vulnerabilidade, Cidade do Povo tem toque de recolher e direitos básicos cerceados pelo crime; Segurança diz que violência “já deu”

Pensado para ser local de recomeço para famílias em vulnerabilidade, Cidade do Povo tem toque de recolher e direitos básicos cerceados pelo crime; Segurança diz que violência “já deu”

Criado para ser um conjunto habitacional onde famílias retiradas de áreas de risco pudessem recomeçar suas vidas, o Conjunto Habitacional Cidade do Povo tem sido cenário para mortes sangrentas, tráfico de drogas e armas e o pior: o cerceamento do direito de ir e vir. É isso mesmo. Um comunicado feito por uma facção criminosa impõe toque de recolher. A autoria da informação seria a facção Bonde dos Treze (B13).

A ordem criminosa foi divulgada por meio de grupos de WhatsApp nesta quarta-feira, 2, e proíbe a circulação de serviços essenciais na região, como táxi-lotação, entregas de gás, compras de supermercados e alimentação. Moradores das quadras 19 e 20 estariam privados desses serviços.

No comunicado, os criminosos justificam as restrições devido a uma guerra contra facções rivais, mencionando diretamente o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). O texto ainda ameaça os moradores da área e alerta para que não apoiem os grupos rivais, sob risco de represálias.

O toque de recolher na Cidade do Povo é mais um reflexo da crescente influência do crime organizado no estado do Acre, onde facções disputam territórios e impõem suas próprias regras à população. Até o momento, as autoridades não se pronunciaram oficialmente sobre o comunicado da facção.

À imprensa, o coronel José Américo Gaia, secretário de Estado de Segurança Pública, prometeu uma resposta dura. Disse que o direito de ir e vir dos moradores, bem como o acesso a serviços essenciais serão assegurado. Em uma das frases ditas por Gaia sobre o comunicado da facção B13, ele afirma que “isso não vai acontecer em hipótese nenhuma” e acrescentou: “vamos tomar a Cidade do Povo”, demonstrando claramente que o conjunto não é mais dominado apenas pelo Estado. Em outro ponto, José Américo Gaia diz que a violência na localidade “já deu”.