De acordo com o Atlas da Violência 2024, dos 241 homicídios registrados em 2022, um total de 112 vítimas tinham idades entre 15 e 29 anos. Ao analisar o período de 2021 a 2022, o aumento do número de mortes de jovens foi de 19,1%. Em 2021, houveram 94 mortes de adolescentes e jovens nestas faixas etárias. O ano de 2017 foi o mais sangrento para a juventude acreana: 297 famílias ficaram enlutadas.
Entre 2012 a 2022, 1.706 pessoas foram mortas, com idades entre 15 a 29 anos no Acre. Isso representa um aumento de 10,9% no período de 10 anos.
A taxa de homicídios registrados de jovens de 15 a 29 anos por 100 mil habitantes também sofreu uma elevação no período, de 2,9%.
Os pesquisadores evidenciam um sentimento que é comum e do conhecimento dos acreanos para justificar o aumento da violência no período analisado: a chegada das facções criminosas Comando Vermelho e PCC, aliadas a outras regionais como o Bonde dos 13, que disputam além do território para a venda de drogas, as rotas por onde passa a cocaína.
“Um elemento que certamente tem pressionado para cima as taxas de homicídio diz respeito à expansão das facções criminais, sobretudo a partir da década de 2000, envolvidas em escaramuças pelo controle do varejo de drogas nas maiores cidades, e depois nas médias e pequenas cidades, num processo de interiorização, conforme apontado por Cerqueira et al. (2013). A partir da década de 2010, a disputa mais aguerrida por territórios e pelo controle do corredor internacional de narcotráfico, no Norte e Nordeste, entre as duas maiores facções do país e seus aliados regionais fez estourar uma guerra intensa nos anos de 2016 e 2017. Nesse período, o número de mortes aumentou sobretudo nos municípios que cortam a região do Alto do Juruá, no Acre, e avançam por toda a rota do Solimões, chegando até as capitais nordestinas, quando a cocaína procedente da Bolívia e Peru é exportada para outros continentes, conforme discutido no Atlas da Violência 2019”, afirma o Atlas da Violência 2024.