A Justiça do Acre iniciou, na manhã desta quarta-feira, 24, no Fórum de Senador Guiomard, a audiência de instrução e julgamento dos policiais militares Gleyson Costa de Souza e Cleonizio Marques Vilas Boas, acusados de participação na morte da enfermeira Géssica Melo de Oliveira, de 32 anos, em dezembro de 2023. O processo, conduzido pelo juiz Romário Divino Faria, envolve o depoimento de 32 testemunhas e os interrogatórios dos réus, que atualmente cumprem prisão domiciliar.
O advogado Walisson dos Reis Pereira da Silva, que representa a família da vítima, afirmou que há provas suficientes de autoria e materialidade para levar o caso ao Tribunal do Júri.
“Acreditamos que o juiz irá proferir a sentença de pronúncia, encaminhando os acusados ao Júri Popular. No nosso entendimento, a autoria e a materialidade dos crimes já estão comprovadas”, declarou.
O advogado também criticou a liberdade provisória concedida aos policiais sob a justificativa de que precisavam cuidar de filhos menores.
“A enfermeira Géssica deixou três filhos, o mais velho com 11 anos, que nunca mais terão a mãe presente. É um sofrimento irreparável. Nossa expectativa é de que os acusados sejam condenados por homicídio, percam o cargo na corporação e recebam a pena que a lei determina. Estamos confiantes de que a Justiça será feita”, reforçou.
O julgamento deve se estender ao longo do dia, podendo avançar conforme o número de depoimentos colhidos. Os policiais respondem por homicídio qualificado e fraude processual. Um deles também é acusado de porte ilegal de arma de fogo. A audiência foi aberta com a oitiva das testemunhas de acusação — entre elas peritos, a médica que atendeu a vítima e o delegado responsável pelo caso. Na sequência, serão ouvidas as testemunhas da defesa e, por último, os réus.