Um adolescente indígena de 16 anos foi atingido por dois disparos de arma de fogo enquanto caminhava com seu irmão nas proximidades do Palácio Rio Branco, na Avenida Getúlio Vargas, região central da Capital acreana, na noite de sexta-feira, 11. A vítima foi baleada por engano durante uma tentativa de intervenção policial em um assalto.
De acordo com informações apuradas no local, uma mulher caminhava na calçada acompanhada da mãe e da filha, uma criança, quando foi surpreendida por um homem não identificado, que tomou o celular das mãos da senhora e fugiu em direção à área próxima ao Palácio.
No mesmo instante, os irmãos indígenas Matheus de Lima Barbosa, de 23 anos, e o adolescente de 16 anos seguiam pelo local, quando foram surpreendidos pelos disparos.
Matheus relatou que um homem passou correndo entre eles e, logo em seguida, ouviram diversos tiros. Assustados, os irmãos correram, mas o adolescente acabou caindo ao chão, já ferido por dois disparos, sendo um no pescoço e outro na escápula.
Os tiros teriam sido efetuados por um policial à paisana que, segundo testemunhas, presenciou o assalto e tentou impedir a fuga do criminoso. No entanto, os disparos teriam errado o alvo e atingido o jovem indígena, que não tinha qualquer envolvimento com o crime.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, e uma ambulância de suporte avançado prestou os primeiros socorros ao adolescente ainda no local. Após estabilização, ele foi encaminhado ao Pronto-Socorro de Rio Branco. Apesar da gravidade dos ferimentos, seu estado de saúde foi considerado estável.
Em um primeiro momento, a vítima do roubo teria apontado o adolescente indígena como autor do crime, mas posteriormente voltou atrás, afirmando não ter certeza da identidade do assaltante. O celular furtado não foi localizado.
Policiais civis da Equipe de Pronto Emprego (EPE) estiveram no hospital colhendo informações sobre o ocorrido. De acordo com os agentes, foi confirmado que o adolescente foi vítima de bala perdida. O agente de segurança responsável pelos disparos já foi identificado e deverá ser ouvido pelas autoridades.
O caso foi encaminhado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que ficará responsável pela investigação. A Polícia Civil vai apurar as circunstâncias do ocorrido, bem como avaliar a conduta do policial envolvido.